Deputado Alexandre Ramagem se esquiva de depor à PF e complica sua situação na investigação sobre a Abin paralela.

Na mais recente reviravolta do inquérito sobre a Abin paralela, o deputado e policial federal de carreira Alexandre Ramagem se recusou a depor à Polícia Federal, mas decidiu quebrar o silêncio em entrevista à imprensa. No entanto, suas declarações não tiveram o efeito desejado, pelo contrário, ele acabou se complicando ainda mais.

Um dos pontos centrais de qualquer investigação, sob as regras do devido processo legal, é o direito à defesa do investigado. E foi justamente nesse ponto que Ramagem falhou ao se pronunciar. Ao invés de se defender, suas palavras parecem ter confirmado as suspeitas da PF.

O deputado negou categoricamente qualquer envolvimento com a utilização do FirstMile, ferramenta de fabricação israelense usada para monitorar ilegalmente autoridades e desafetos políticos durante o governo Bolsonaro. No entanto, essa negação parece ter sido contraproducente, já que os planos de operação assinados por ele não mencionavam o uso dessa ferramenta, o que, na prática, acabou por confirmar as acusações da PF.

Além disso, ao comentar as evidências de que o equipamento de espionagem foi acionado clandestinamente contra alvos do interesse do governo Bolsonaro, Ramagem assumiu uma postura evasiva, dizendo que “se o policial usa a arma equivocadamente, não é culpa do diretor-geral”. Essa declaração soa como uma tentativa de se esquivar da responsabilidade, sem realmente negar a participação na ação criminosa.

Diante desses desdobramentos, a situação do deputado e policial federal fica cada vez mais delicada, e a investigação sobre a Abin paralela ganha ainda mais relevância. Resta aguardar os próximos capítulos deste caso que tem causado grande repercussão no cenário político nacional.

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