Parlamentar israelense enfrenta processo de impeachment
Os membros do comitê israelense apresentaram um argumento baseado em uma “lei básica quase constitucional”, de acordo com o jornal The Jerusalem Post. Este argumento sustenta que um parlamentar pode ser alvo de impeachment caso “apoie a luta armada, por um estado inimigo ou organização terrorista, contra o Estado de Israel”.
Durante a discussão, o deputado Oded Forer afirmou que a assinatura da petição por parte do parlamentar Cassif configura como “apoio à luta armada” contra o Estado de Israel. Forer também mencionou episódios em que Cassif manifestou que as ofensivas de grupos a favor da causa palestina contra soldados israelenses não constituíam terrorismo.
Por sua vez, Cassif e seu advogado, Michael Sfard, contestaram o argumento, afirmando que a manifestação contrária à guerra não significa necessariamente apoiar a luta armada do Hamas. Sfard explicou ainda que, de acordo com a lei, um impeachment apenas pode ser solicitado com base em “ações realizadas durante a atual composição do Knesset”.
O jornal The Jerusalem Post relata que a discussão no comitê foi “acalorada e incluiu muitos gritos” de parlamentares acusando Cassif de “apoiar o terrorismo”.
Após o resultado, a coalizão Hadash emitiu um comunicado afirmando que o avanço do processo de impeachment causou “danos sem precedentes ao direito de votar e ser eleito, e à liberdade de expressão”. O partido do qual Cassif faz parte ainda acrescentou que a votação marcou “um novo recorde de perseguição política contra todo o setor árabe e aqueles que se opõem à guerra”.
O embate político continua e a situação de Cassif é polêmica, evidenciando as tensões existentes na região. A questão levanta debates sobre liberdade de expressão, direitos políticos e as complexas relações entre Israel e Palestina. Os desdobramentos desse episódio certamente serão acompanhados atentamente nos próximos dias.
