Deputados bolsonaristas utilizaram suas redes sociais para divulgar uma lista de parlamentares, entidades e intelectuais que supostamente são apoiadores do grupo terrorista Hamas. Alegando estarem combatendo o que consideram como ameaça à segurança nacional, eles afirmaram ter encaminhado os nomes para a embaixada dos Estados Unidos no Brasil.
Dentre os parlamentares que divulgaram a lista, destacam-se Gustavo Gayer (PL-GO) e Julia Zanatta (PL-SC). Gayer chegou a publicar a lista em suas redes sociais, mas acabou apagando o post posteriormente. Em sua divulgação, ele mencionou parlamentares do PT, do PSB e do PSOL, além de intelectuais e entidades.
Por sua vez, Zanatta fez um vídeo no qual se inspirou em uma iniciativa do senador republicano Marco Rubio, sugerindo o cancelamento de vistos americanos para pessoas que estariam supostamente apoiando ações do Hamas. Ela mencionou nomes de deputados do PT, do PCdoB, do PSOL e do PSB, e afirmou que iria encaminhar a lista à embaixada dos Estados Unidos, assim como ao senador americano.
Além disso, a deputada divulgou o e-mail de seu gabinete, incentivando seus apoiadores a enviarem prints, fotos e comentários de outras pessoas que supostamente estariam apoiando o grupo terrorista. Em suas palavras, “quem apoia terrorista não deve querer visto americano”.
O deputado Ivan Valente (PSOL-SP), que teve seu nome mencionado nessa lista, afirmou que tomará as providências cabíveis. Segundo ele, irá ao Supremo Tribunal Federal (STF) com uma queixa-crime por injúria e difamação, além de uma ação civil por danos morais. Valente também mencionou a possibilidade de acionar o Conselho de Ética.
Em outro post, o deputado afirmou que ambos os parlamentares cometeram crimes de traição à pátria, ao difamar brasileiros para um país estrangeiro.
É importante ressaltar que as alegações feitas pelos deputados bolsonaristas ainda carecem de comprovação e que a iniciativa de divulgar uma lista de supostos apoiadores do Hamas pode gerar consequências graves, como a exposição indevida de pessoas e a generalização de acusações infundadas.
Diante disso, é fundamental que a sociedade e as autoridades competentes estejam atentas e investiguem de forma apropriada as denúncias apresentadas, sem propagar o ódio e a desinformação. O respeito aos direitos fundamentais, como a presunção de inocência e a ampla defesa, deve ser assegurado a todos os cidadãos envolvidos nessa polêmica.
