Desafios da educação brasileira: o caminho para a inclusão produtiva e a importância do papel da educação para o trabalho

A sociedade possui grandes expectativas em relação à educação básica no Brasil. Com o objetivo de alcançar a universalização do acesso dos 6 aos 17 anos, busca-se uma educação que possa impulsionar a sociedade na direção de um futuro mais próspero, justo e participativo.

Conforme estabelecido no artigo 205 da Constituição, a educação tem como objetivo o pleno desenvolvimento da pessoa, sua preparação para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Essa visão está presente também em declarações internacionais, como a de Incheon, das quais o Brasil é signatário. É destacada a importância da educação não apenas para a inclusão produtiva e o trabalho, mas também para diversos outros aspectos da vida em sociedade.

Apesar dessas expectativas, ainda há muito a ser feito. Ao analisar a evolução dos anos de escolaridade da população brasileira de 1980 a 2019, pode-se observar um aumento significativo, passando de uma média de 2,6 anos de escolaridade para 8,1 anos. No entanto, a produtividade medida pelo Produto Interno Bruto (PIB) por trabalhador teve um aumento muito pequeno, de apenas 3%.

Essa realidade difere de outros países, como Chile e Malásia, que conseguiram aumentar a produtividade significativamente ao investir na educação. O preparo para o mercado de trabalho e a prosperidade econômica são atribuições importantes da educação, mas não são as únicas.

É um desafio para a sociedade brasileira o fato de que a educação ainda não esteja gerando maior produtividade. É possível gerar mais riqueza individual e social, como acontece em outros países. Duas hipóteses são levantadas para explicar esse fenômeno brasileiro: ou a educação precisa aprimorar o desenvolvimento de competências para o mundo do trabalho, ou a economia brasileira não está aproveitando adequadamente a maior escolaridade das gerações mais novas.

É urgente corrigir essas questões, tanto no desenvolvimento de um currículo mais alinhado às demandas do mercado de trabalho, como no estímulo ao uso efetivo do conhecimento dos trabalhadores pelo sistema produtivo.

Diante desse cenário, é necessário que a política pública avalie se o currículo da educação básica está adequado às necessidades do mundo do trabalho e promova essa aproximação. Além disso, a política econômica também precisa ser analisada para verificar se está aproveitando de forma eficiente as competências adquiridas pelos trabalhadores brasileiros.

É evidente que a educação possui um papel fundamental na construção de uma sociedade mais próspera e participativa. Para alcançarmos esse objetivo, é preciso investir não apenas na quantidade de anos de escolaridade, mas também na qualidade da formação e na conexão entre educação e mercado de trabalho.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo