Desaparecidos políticos se reúnem na Catedral da Sé para discutir programa contra o horror do desaparecimento forçado







No centro de São Paulo, a Catedral da Sé foi escolhida como o local simbólico para um encontro meses após o desaparecimento de pessoas durante a ditadura. Os desaparecidos de todo o país convergiram para a catedral, onde discutiram um programa para acabar com a prática de desaparecimento forçado como instrumento do Estado. A partir desse programa político, eles decidiram marchar até Brasília, encontrando personalidades emblemáticas ao longo do caminho, como Sepé Tiaraju, Zumbi dos Palmares e Tiradentes.

Em uma resenha para a Revista 451, o filho de Rubens Paiva, Marcelo Rubens Paiva, destacou que o romance de Bernardo Kucinski “ressuscita aqueles e aquelas que não tiveram a oportunidade de desabafar nos minutos finais, fazer um balanço completo, ou até um mea-culpa”. Na opinião de Marcelo, o papel do escritor é resgatar memórias e realizar autópsias com informações minuciosas. Ele salienta que o drama em prosa de Kucinski é essencial para esse resgate.

O crítico Márcio Selligman-Silva, professor da Unicamp, afirmou que a obra de Kucinski permite imaginar a ditadura, misturando personagens históricos e criados. Ele também ressaltou a importância de manter a memória desse período como uma forma de resistência contra os fascismos que estão sempre presentes no negacionismo.


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