Detalhes de golpe contra Allende planejado por Nixon, Kissinger e magnata do Chile vêm à tona
Em meio a homenagens e elogios, a morte de Henry Kissinger, ex-secretário de Estado dos EUA, reavivou discussões sobre o papel e legado do diplomata na história estadunidense e internacional. Kissinger faleceu, nesta quarta-feira (19), aos 98 anos. Profundamente influente na história recente dos Estados Unidos, sua trajetória envolveu tomadas de decisão que moldaram a política externa do país ao longo de várias décadas. Ainda assim, suas ações abriram portas para a intervenção em países do Sul Global e marcaram uma série de violações dos direitos humanos e acordos internacionais.
O legado de Henry Kissinger, embora repleto de realizações em termos diplomáticos, é também marcado por eventos controversos que mancharam sua reputação. A participação do ex-secretário de Estado no planejamento do golpe contra o presidente chileno Salvador Allende, em 1973, auxilia na compreensão da sua influência global. Kissinger foi um dos principais arquitetos de um período conturbado na história estadunidense, com seu impacto sendo sentido não apenas no Oriente Médio, mas também em diversas regiões ao redor do mundo.
Antony Blinken, atual secretário de Estado dos EUA, afirmou que Kissinger “tomou muitas decisões que fixaram a história”, ressaltando a influência duradoura do ex-secretário de Estado na configuração das relações internacionais. No entanto, tais elogios não podem obscurecer as controvérsias em torno de suas ações, que incluem o desdém pelos direitos humanos e o apoio a intervenções e golpes em vários países no Sul Global.
Após sua saída do governo, Kissinger continuou a influenciar a política externa dos EUA por meio da Kissinger Associates, sua empresa de assessoria. Seus escritos e declarações subsequentes também deram margem para debates acalorados sobre suas posições e a influência de sua mentalidade na condução das relações internacionais nas últimas décadas.
Documentos desclassificados revelam detalhes de sua atuação ao longo da carreira e sua participação em eventos marcantes da história recente, incluindo a intervenção no Chile e o apoio a guerras e golpes em diferentes regiões. A trajetória de Kissinger permanece como um ponto de debate e reflexão sobre os limites éticos e morais da diplomacia e das relações internacionais nos anos de sua atuação.
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