Devido a contradições, relatora solicita quebra de sigilo bancário de ajudante de Mauro Cid.

A relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Atos Golpistas, Eliziane Gama (PSD-MA), anunciou que irá solicitar a quebra do sigilo bancário do tenente-coronel Mauro Cid, auxiliar do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. As declarações do sargento Luis Marcos dos Reis, em seu depoimento realizado na quinta-feira (24), deram base para essa decisão, já que ele não soube explicar o motivo das diversas movimentações financeiras em sua conta bancária.

Eliziane ressaltou a importância de solicitar também os Relatórios de Inteligência Financeira (RIFs) de Michelle e Jair Bolsonaro. No entanto, a decisão final sobre esse pedido cabe ao deputado Arthur Maia (União-BA), presidente da Comissão. Ele é responsável por definir a pauta do colegiado.

A relatora apontou que o sargento dos Reis entrou em contradição ao afirmar que não sabia quem era Vanderlei Cardoso Barros, empresário do qual recebeu diversos valores provenientes de uma madeireira investigada por venda de equipamentos agrícolas à Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).

Outro ponto destacado por Eliziane é o envolvimento do sargento com um médico investigado pela adulteração de cartões de vacinação no Ministério da Saúde. Essa adulteração permitiu que o ex-presidente, sua filha mais nova e Mauro Cid, acompanhado de sua família, realizassem uma viagem aos Estados Unidos. O militar negou ter feito movimentações financeiras com a ex-primeira dama, mas admitiu realizar pagamentos a ela.

Eliziane afirmou que o sargento claramente incentivou e manifestou apoio aos atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro. Essa informação consta no relatório da Polícia Federal, que revela mensagens enviadas por ele a familiares e outras pessoas durante sua participação nos atos.

Conclusão da CPMI

A relatora afirmou que acatará o pedido do presidente da Comissão, Arthur Maia, de encerrar os depoimentos até outubro. Em seguida, apresentará o relatório para aprovação. Eliziane não descartou, no entanto, a apresentação de relatórios paralelos pela oposição.

Para Maia, outubro é o prazo ideal para consolidar todas as oitivas e documentos necessários para encerrar a Comissão e realizar a votação que aprovará ou rejeitará o relatório da senadora.

“Espero que até a próxima semana possamos chegar a um acordo para selecionar as convocações mais importantes e concluir o trabalho. Estamos planejando mais 12 reuniões da CPMI, incluindo a desta quinta-feira, o que significa que estamos em um momento de definição para identificar os aspectos mais relevantes”, observou Arthur Maia, presidente da Comissão, que afirmou não ver necessidade de prorrogar os trabalhos.

 

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