O diretor Matt Shakman está em evidência em Hollywood. Nos últimos cinco anos, esteve envolvido nas séries mais ambiciosas e alardeadas da TV americana. Agora, prepara o novo filme do Quarteto Fantástico, principal aposta do Marvel Studios para o futuro em meio à turbulência nas bilheterias.
Embora o elenco do filme não tenha sido divulgado, grandes nomes como Pedro Pascal e Vanessa Kirby circulam o projeto. Nada mal para um cineasta que, aos quase 50 anos, está no segundo longa-metragem de sua carreira.
Shakman se estabeleceu no meio com “It’s Always Sunny in Philadelphia”, série de comédia nada ortodoxa em que dirigiu 43 episódios.
O diretor afirma reconhecer as diferenças entre os meios de séries e filmes, mas destaca que sua abordagem se mantém igual. Ele vê desafios parecidos no seu trabalho em ambos. Aos olhos dele, a escala é o de menos, o importante é a dedicação, precisão, irreverência e imaginação em cada projeto.
O início da relação de Shakman com a televisão foi ainda na infância, atuando em uma série de comédia e aprendendo como a indústria funciona. Duas décadas depois, viu de perto o meio mudar diante dos maiores investimentos feitos pelos canais e os serviços de streaming.
Sua passagem em “Game of Thrones” foi emblemática do novo momento. Um dos episódios que dirigiu na sétima temporada foi bastante alardeado pela cena do ataque de um dragão a um exército de soldados, uma sequência de escala até então impensável para a TV. Shakman ajudou a tornar recorrente no meio esse tipo de cena épica.
A carreira de Matt Shakman mudou com “WandaVision”, o seu primeiro trabalho para o Marvel Studios. O sucesso descomunal da minissérie o levou a três indicações ao Emmy e ao convite para dirigir “Quarteto Fantástico”. Entre a minissérie e o filme, ele mantém o ritmo de um a dois episódios por ano, em projetos que o ajudam a se preparar para a dimensão cósmica do seu próximo longa.
Um desses trabalhos foi nos primeiros episódios da série “Monarch”, ambientada no universo dos filmes americanos do Godzilla. Shakman destacou o desafio de estabelecer a trama, situada em duas épocas diferentes, e de trabalhar com monstros de escala gigantesca na telinha da TV.
Nesse sentido, Matt Shakman e os protagonistas de “Monarch” passam por processos parecidos —a única diferença é que os personagens precisam fugir dos monstros.
