Nos bastidores, prefeitos de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia afirmaram ter sido aconselhados por Noman a privatizar seus aeroportos em vez de fechar contratos com a Infraero. O presidente Lula indicou Rogério Amado Barzellay para liderar a Infraero, visando aumentar as receitas da empresa, que passaria a administrar aeroportos regionais.
Vários prefeitos já foram abordados pela Infraero em busca de contratos, com propostas surpreendentemente baixas. Por exemplo, no aeroporto de Macaé (RJ), crucial para as operações da Petrobras, a Infraero ofereceu apenas R$ 40 mil mensais para administrar o local. Ao mesmo tempo, o chefe da SNAC, Juliano Noman, está encorajando as prefeituras a entregarem a gestão para operadores.
O governo busca estimular investimentos em aeroportos regionais como forma de impulsionar a economia. Com voos regulares, esses locais terão mais chances de gerar negócios. Noman, técnico em aviação e com carreira pública na área, foi nomeado para a presidência da Anac no governo Bolsonaro e recentemente assumiu a Secretaria de Aviação Civil. Ele é conhecido por defender as privatizações no setor como forma de melhorar a prestação do serviço.
Procurado, o secretário negou qualquer atuação em desacordo com a política do governo. Ele afirmou que a SNAC irá fortalecer o diálogo com o setor produtivo, prefeituras e governos para contribuir na modelagem das concessões e construção de novos aeroportos. A Infraero não se pronunciou até o momento.
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