Disputa interna no partido de Evo Morales gera tensões e ameaças de sabotagem antes do congresso político em Cochabamba

O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, causou polêmica ao anunciar sua candidatura ao congresso do Movimento ao Socialismo (MAS), partido político do qual é líder. Morales alertou que seus opositores estão planejando usar uma mulher para atacá-lo durante o evento, assim como aconteceu quando Jeanine Áñez assumiu interinamente a presidência em 2019, após o golpe de Estado que Morales sofreu.

O congresso, que está marcado para acontecer em Cochabamba, uma das bases políticas de Morales, tem gerado divergências entre os aliados de Morales, conhecidos como “arcistas”, e os “evistas”. Enquanto os “arcistas” preferiam que o encontro fosse realizado em El Alto, perto da capital La Paz, para renovar a liderança do partido, os “evistas” estão focados na expulsão de Luis Arce, atual presidente, e do vice-presidente David Choquehuanca, que são considerados “traidores”.

Não é a primeira vez que Morales critica o governo de Arce. Logo após a eleição do atual presidente em 2020, Morales começou a mostrar descontentamento com as escolhas do mandatário e, no último dia 25 de junho, afirmou que o governo estava seguindo para a direita. Em uma postagem recente, Morales agradeceu o apoio recebido pelos seus simpaticantes e afirmou que o governo e a extrema direita separatista estão se opondo à sua candidatura.

Além disso, Evo Morales acusou Arce de não ter avançado na agenda criada pelos dois com 13 pilares de ações em comemoração ao bicentenário da independência da Bolívia. Ele afirma que, desde que Arce assumiu, nada foi feito em relação a essa agenda.

As divergências entre Morales e Arce representam um racha dentro do MAS, o partido que está no poder na Bolívia. Enquanto Morales representa uma ala mais radical e populista, Arce busca uma postura mais moderada. A tensão entre ambas as partes é um reflexo dos desafios enfrentados pelo governo de Arce em meio a um contexto de crise política e econômica no país.

O congresso do MAS promete ser um momento importante para definir os rumos do partido e para avaliar a liderança tanto de Arce como de Morales. Resta saber como será resolvida essa tensão interna e quais serão os desdobramentos políticos na Bolívia nos próximos meses.

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