Disputa pelo Essequibo: a Guiana e a Venezuela se enfrentam por reservas bilionárias de petróleo na região contestada.

A disputa pelo Essequibo: a questão do petróleo no centro das tensões entre Guiana e Venezuela

A tensão entre Guiana e Venezuela em relação ao território do Essequibo atingiu novos patamares em 2015, quando a empresa ExxonMobil anunciou a descoberta de grandes reservas de petróleo na região. Com um potencial de 11 bilhões de barris de petróleo, a descoberta colocou em evidência a disputa por um território que abriga cerca de 125 mil pessoas, representando um quinto da população guianense e cobrindo dois terços da extensão territorial do país. Essa descoberta colocou em destaque uma região historicamente habitada pelo povo Akawaio, que há tempos imemoriais ocupava o local, antes mesmo da chegada dos espanhóis. Thomas Devroy, ex-líder da comunidade, enfatiza que para eles não há fronteiras, mas que com a política, elas se tornaram uma realidade.

Os conflitos entre os dois países se intensificaram quando a Guiana concedeu licenças para a exploração de petróleo na área em disputa e a Venezuela realizou um referendo controverso para incluir o território na sua divisão administrativa. O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou que seu país também permitiria a exploração de petróleo na região, gerando receios de um possível conflito armado, embora ambos os países tenham negado essa possibilidade.

Nesse contexto, a imigração venezuelana para a Guiana se intensificou, com quase sete milhões de venezuelanos deixando seu país devido à crise política e econômica. Muitos deles cruzaram a fronteira em busca de trabalho nas minas de ouro da região. Essa situação gerou um novo elemento de tensão entre os dois países, à medida que os guianenses expressam preocupações com a influência do governo de Nicolás Maduro em seu território.

A questão do Essequibo, portanto, vai muito além de demarcações territoriais e interesses econômicos. Ela se tornou um emaranhado de rivalidades históricas, interesses geopolíticos e dramas humanos, gerando um cenário de instabilidade e incerteza para a região. O potencial petrolífero da área se tornou o catalisador de conflitos que vão além das fronteiras físicas, evidenciando as complexas relações entre os países e as comunidades que habitam essa região disputada.

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