O governo de Daniel Ortega, na Nicarágua, tem tomado medidas extremas para silenciar a oposição. Em uma atitude controversa, libertou e expulsou para os Estados Unidos e a Espanha um grupo de 222 opositores detidos, que tiveram as nacionalidades e bens destituídos. “Deixaram de ser nicaraguenses (Díaz e Chamorro), como estes que deixaram de ser nicaraguenses e agora estão nos Estados Unidos, agora são ‘ianques’, devem estar muito felizes por serem ‘ianques’. Outros estão na Espanha, eles se consideram espanhóis, muito felizes por serem espanhóis, já devem falar como espanhóis, com certeza”, afirmou uma fonte que preferiu não se identificar.
Além dos opositores expulsos, diversos ativistas, advogados e proprietários de meios de comunicação também foram alvo das medidas de Ortega, totalizando 316 pessoas afetadas. Um bispo, monsenhor Rolando Álvarez, teve sua nacionalidade despojada em 2023, mas optou por permanecer na Nicarágua mesmo sendo privado de seus direitos. Já em janeiro, ele foi libertado, ao lado de outros membros da igreja, e enviados para Roma após um acordo com o Vaticano.
A Espanha foi palco da concessão de cidadania aos renomados escritores nicaraguenses Sergio Ramírez e Gioconda Belli, que buscaram um novo lar após a perseguição do governo de Ortega. Enquanto isso, organismos de direitos humanos da ONU, Estados Unidos, União Europeia (UE) e outros países condenaram veementemente as medidas draconianas adotadas pelo governo nicaraguense.
Tamanha é a repercussão desse governo autoritário que Estados Unidos e UE adotaram sanções contra o governo de Ortega. Aos 78 anos, Daniel Ortega está no poder desde 2007 ao lado de sua esposa Rosario Murillo, como líder da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN). As ações enérgicas de Ortega têm gerado controvérsia e críticas em níveis internacionais.
