Existem mais de 100 tipos de doenças reumáticas, que afetam os ossos, articulações, músculos e tendões. Algumas dessas doenças também podem atingir outros órgãos, como rins, coração e pulmões. O presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia, Marco Antônio Araújo da Rocha Loures, explicou que as doenças reumáticas são autoimunes, ou seja, o corpo não reconhece suas próprias células e inicia uma resposta inflamatória. Isso pode causar lesões em diferentes partes do corpo.
Entre as doenças reumáticas mais comuns estão a osteoartrite, fibromialgia, osteoporose, gota, tendinite, bursite e artrite reumatoide. A artrose é a mais frequente, seguida pela fibromialgia e pela lombalgia, que é a segunda causa mais comum para se procurar médicos no mundo.
O diagnóstico da maioria das doenças reumáticas é feito clinicamente, através do exame físico. Exames laboratoriais e radiográficos são usados como complemento. O médico reumatologista Nilzio Antonio da Silva ressalta que a maioria das pessoas só procura um reumatologista quando sente dor no aparelho locomotor, como articulações ou coluna. No entanto, existem outros sintomas característicos dessas doenças, como alterações na pele ou inflamação ocular.
É importante salientar que as doenças reumáticas não afetam apenas os idosos, elas podem ocorrer em pessoas de todas as idades. O presidente do Congresso Brasileiro de Reumatologia, Rafael Navarrete, destaca a importância do diagnóstico precoce. Muitas vezes, as doenças reumáticas progridem de forma silenciosa e o tratamento pode ser prejudicado caso haja demora no diagnóstico. Portanto, é fundamental buscar um médico assim que surgirem os primeiros sintomas.
Os tratamentos disponíveis hoje para doenças reumáticas podem melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes. Medicamentos biológicos têm se mostrado eficazes no bloqueio de doenças inflamatórias como a artrite reumatoide. O diretor científico da Sociedade Brasileira de Reumatologia, Ivanio Alves Pereira, ressalta que esses tratamentos estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, terapias complementares como fisioterapia, RPG e acompanhamento nutricional ainda são difíceis de acessar.
Recentemente, um projeto de lei foi aprovado pelo Congresso que regulamenta o tratamento de fibromialgia e fadiga crônica pelo SUS. Se sancionado, as pessoas com essas doenças terão direito a tratamento integral, incluindo atendimento médico, psicológico e fisioterapêutico, além de acesso a exames complementares e terapias reconhecidas. O Ministério da Saúde ainda não se pronunciou sobre esse assunto.
Mariana conseguiu obter um diagnóstico precoce e iniciar o tratamento em estágio inicial, evitando maiores complicações. Ela ressalta que embora não tenha limitações físicas, lida diariamente com o estresse de conviver com a dor crônica. Ela precisa seguir horários para comer, ir à terapia e à fisioterapia, o que acaba afetando seus relacionamentos. No entanto, ela reconhece a importância do diagnóstico precoce e dos tratamentos disponíveis.
As doenças reumáticas são um desafio para os brasileiros, mas com um diagnóstico precoce e tratamentos adequados, é possível melhorar a qualidade de vida e a longevidade dos pacientes.
