Eleição presidencial argentina traz debates sobre direitos humanos, dolarização e relação com o Brasil

Neste domingo, 22/10, a Argentina irá às urnas para a eleição presidencial. Em meio a uma intensa campanha eleitoral, que abordou questões como direitos humanos e a possível dolarização do país, surgiram posicionamentos em relação a temas regionais e, em especial, sobre a relação com o Brasil.

Na eleição primária, realizada em 13 de agosto, os três candidatos mais votados foram Javier Milei, do partido de extrema-direita A Liberdade Avança, Patricia Bullrich, da ala mais radical do partido de direita Juntos pela Mudança, e Sergio Massa, da coalizão peronista União pela Pátria.

Embora os debates presidenciais televisionados não tenham dado grande destaque a temas internacionais, segundo José Octavio Bordón, presidente do Conselho Argentino para as Relações Internacionais, os temas regionais foram mencionados em algum grau e são importantes para entender a posição da Argentina na América Latina.

Em relação às opiniões dos candidatos sobre os ex-presidentes Lula e Bolsonaro, é possível observar afinidades políticas e apoios mútuos. O candidato Sergio Massa, do peronismo, recebeu apoio do governo argentino e expressou seu apoio a Lula. Além disso, a campanha de Massa conta com parte da equipe da última campanha de Lula.

Patricia Bullrich e Javier Milei, por outro lado, expressaram afinidades com Bolsonaro. Bullrich, em particular, chegou a declarar que seu partido é o “guia” das ações de Sergio Moro e Bolsonaro no Brasil. Já Milei, que é identificado como o “Bolsonaro argentino”, compartilha do posicionamento político e discursivo do presidente brasileiro.

Em relação à economia e às relações com o Brasil, os três candidatos preferidos expressaram posicionamentos diferentes. Bullrich destacou a importância das relações comerciais com os principais parceiros da Argentina, incluindo o Brasil. Sergio Massa, por sua vez, foi um dos responsáveis por fortalecer os laços comerciais com o Brasil durante sua atuação como ministro.

Por fim, Javier Milei promete romper relações comerciais com países que ele considera comunistas, o que inclui Rússia, China e Brasil. Milei afirmou que não fará “negócios com nenhum comunista” e enfatizou sua defesa da liberdade e da democracia, buscando ser o “farol moral” do continente.

Com a eleição presidencial na Argentina, é aguardado um posicionamento mais claro a respeito das relações com o Brasil e com outros parceiros comerciais. O resultado das urnas será fundamental para definir o futuro das relações bilaterais e a inserção do país na América Latina.

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