Partidos de extrema-direita podem avançar na eleição de junho na Europa

Espera-se que os partidos de extrema-direita, como o Reagrupamento Nacional de Marine Le Pen na França e a Liga de Matteo Salvini na Itália, ganhem impulso nas eleições de junho com promessas de endurecer a abordagem do bloco em relação à imigração e suavizar as políticas climáticas. A ascensão desses partidos representa um desafio para as coalizões tradicionais que governam o Parlamento Europeu.

“Com a ascensão de populistas de extrema-direita em quase toda a Europa, corremos o risco de ter uma Europa ingovernável”, alertou Stéphane Séjourné, líder do Renew Europe, nesta terça-feira. O Renew, aliado ao Partido Popular Europeu, de centro-direita, e ao grupo Socialistas e Democratas, de centro-esquerda, formaram uma coalizão há cinco anos para chegar a um acordo sobre as linhas gerais da política e dividir os principais cargos da UE. Juntos, os três grupos possuem 420 das 705 cadeiras no Parlamento.

No entanto, a vitória do populista anti-imigração Geert Wilders nas eleições holandesas serviu de aviso aos políticos tradicionais. Na França, o partido do presidente Emmanuel Macron está atrás da líder da extrema-direita, Marine Le Pen, por 8 a 10 pontos percentuais. “O risco é que pode ser muito difícil formar uma maioria”, ponderou Séjourné a um grupo de jornalistas. Essa tendência reflete a crescente insatisfação com a política tradicional e a disposição dos eleitores em buscar alternativas que representem suas preocupações e interesses.

Essa mudança no cenário político europeu pode ter implicações significativas para a governança da União Europeia, sinalizando um período de maior fragmentação e desafios na formação de maiorias no Parlamento. Os partidos tradicionais terão que repensar suas estratégias e abordagens para lidar com a crescente popularidade dos partidos de extrema-direita e suas propostas políticas.