Eleitores americanos observam com cautela as tendências e nuances das preferências políticas em busca de definição para as eleições.



Análise Eleitoral nos EUA

Os Democratas, por exemplo, mostram-se preocupados com o “efeito Michigan”, onde, nas primárias, 13% dos eleitores se declararam “não comprometidos”, refletindo potenciais evasões e protestos decorrentes da ação do governo Biden em Gaza. Do lado Republicano, a campanha de Trump se vê desafiada pela gestão dos recursos e energia, dividindo-se entre as prévias e os processos legais que o cercam, ao mesmo tempo em que procura entender onde a aversão a Trump é mais significativa, indicativo de um eleitorado em constante mudança.

Os números revelados até o momento mostram nuances importantes nas preferências eleitorais. Joe Biden mantém a maioria dos eleitores negros e hispânicos, embora em número menor em comparação a 2020, enquanto a maioria branca inclina-se por Trump, que também faz incursões no eleitorado latino conservador. Os ataques recentes aos direitos reprodutivos parecem mobilizar ainda mais as eleitoras em favor de Biden, apesar de uma minoria feminina se manter com Trump por razões econômicas.

Os jovens, embora ainda tendam a apoiar Biden, mostram-se menos confiantes devido sobretudo à sua posição pró-Israel no conflito no Oriente Médio, levando alguns a considerarem a abstenção, o que poderia prejudicar Biden. Os homens mais velhos e os evangélicos mantêm um apoio robusto a Trump, enquanto eleitores sem ensino superior destacam a economia e a segurança fronteiriça como razões para preferir as políticas do republicano.

Os moradores de subúrbios e eleitores com ensino superior, que apoiaram Biden em 2020, agora parecem oscilar, podendo se tornar os chamados “swing voters” nesta eleição. Por fim, os independentes inclinam-se um pouco mais para Trump este ano, embora seus problemas jurídicos possam ser um fator dissuasório.

Diante deste cenário, a Super Terça não foi apenas um marco eleitoral desprovido de emoção, mas um indicativo de como as complexidades do eleitorado norte-americano e os desafios enfrentados por cada campanha moldarão o caminho até novembro. Ela confirma o tom da eleição de 2024, que deve girar em torno do grau de compromisso do eleitor com seu candidato e da escolha do “menos pior”, uma rota recalculada de forma contínua por pequena parte do eleitorado, mas que vai decidir quem será o próximo presidente dos Estados Unidos nas margens de um empate.

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