Elon Musk exagera avanços em tecnologia de interface cérebro-máquina, mas impulsiona setor para mais perto da realidade, reconhecem concorrentes.






Artigo Jornalístico

Na última semana, Elon Musk causou rebuliço ao anunciar que a Neuralink, uma de suas empresas, havia implantado um eletrodo em um cérebro humano pela primeira vez. Enquanto concorrentes desdenham suas afirmações, já reconhecem que a atenção obtida pelo bilionário tem impulsionado o setor em direção à realidade.

O hábito de Musk de exagerar tecnologias, mesmo quando não é líder no campo, irrita rivais há tempos, mas isso precisa ser reconhecido, pois a atenção gerada pelo empresário tem gerado investimentos e notoriedade para o setor de interfaces cérebro-máquina.

Pode-se afirmar que a atitude de Musk é um marco para o setor. Sua empresa, a Neuralink, já arrecadou quase US$ 700 milhões, grande parte vinda do próprio Musk. O empresário tem usado seu grande número de seguidores na mídia e no X para atrair investimentos e talentos, estando sempre à frente de sua imensa concorrência.

Embora alguns especialistas acreditem que as afirmações de Musk levaram a uma “carga de expectativas exageradas”, o bilionário tem colocado em destaque tecnologias que muitos ainda consideram fantasiosas, mesmo sabendo que resultados significativos já começam a surgir.

Vale destacar que avanços no setor têm sido significativos. A tecnologia de interfaces cerebral-cérebro, conhecida como BCI, começou a ser desenvolvida há duas décadas e, com o auxílio de novos materiais e avanços na eletrônica miniaturizada, está mais próxima de se tornar realidade.

A Neuralink, que implantou uma malha de eletrodos no cérebro, já demonstrou, por meio de vídeos, macacos utilizando os implantes para jogar Pong em um computador. Para muitos pesquisadores, porém, os efeitos de ter os eletrodos em contato com o tecido cerebral por longos períodos ainda não estão claros.

Outras empresas e acadêmicos têm testado técnicas semelhantes e alcançado avanços significativos, o que torna a competição no setor cada vez mais acirrada e promissora.

Embora a tecnologia de aprimoramento mental sonhada por Musk ainda esteja longe, os avanços já alcançados são significativos. Espera-se que, em breve, produtos úteis possam ser desenvolvidos para pacientes com formas graves de paralisia, um objetivo em comum entre as startups que trabalham nesse campo.

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