Emgea pede adiamento de dívida de R$ 2,8 bi com FGTS ao governo, alegando risco de insolvência e busca alternativas.




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O governo brasileiro escolheu a Emgea (Empresa Gestora de Ativos) como peça-chave para impulsionar o crédito imobiliário no país. Recentemente, a Emgea solicitou ao Ministério da Fazenda o adiamento do pagamento de uma dívida de R$ 2,8 bilhões com o FGTS, que venceria em junho deste ano, alegando risco de insolvência.

Caso o pedido seja aceito, esse alívio financeiro se somaria a um crédito de R$ 10 bilhões que a Emgea tem a receber do governo. Essa solicitação ocorre após a autorização para a empresa utilizar seu caixa para adquirir carteiras de financiamento imobiliário de bancos e repassá-las no mercado secundário.

O presidente da Emgea, Fernando Pimentel, enviou um ofício ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na última quinta-feira, solicitando o adiamento do débito. Segundo o documento, a empresa obteve autorização do agente operador do FGTS, faltando apenas o aval da Fazenda, visto que a dívida conta com garantia da União.

De acordo com a Emgea, a renegociação evitaria a insolvência da empresa, além de impedir o pagamento de encargos e multas pelo atraso, bem como o acionamento de garantias pela União para quitar a dívida.

O Ministério da Fazenda afirmou que a operacionalização da atuação da Emgea ainda está em discussão entre o governo e o mercado. A pasta ressaltou a importância de garantir a sustentabilidade financeira da empresa para suas operações no mercado secundário.

A Emgea argumentou que a dívida com o FGTS teve origem em 2001, quando a empresa foi criada para gerir créditos habitacionais da Caixa Econômica Federal, assumindo dívidas do banco como contrapartida. Além disso, a companhia é responsável pela gestão de créditos da União.

Paralelamente às negociações, a empresa continuará buscando medidas para garantir recursos em seu caixa, mencionando o crédito a receber do Fundo de Compensação de Variações Salariais (FCVS).

Em entrevista, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, revelou que a Emgea tem R$ 10 bilhões a receber do fundo, sem detalhar o cronograma de repasses. A nova medida do governo permite que a Emgea atue como securitizadora de créditos imobiliários, facilitando a movimentação desses ativos no mercado secundário.

O presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), Renato Correia, elogiou a iniciativa do governo, destacando a importância do investimento da Emgea para a economia. Ele ressaltou que, apesar de a empresa gastar seus recursos em caixa para equalizar as taxas, esse custo é um investimento que gera impactos positivos na economia.

O economista-chefe da Warren Rena, Felipe Salto, alertou que o sucesso dessas operações dependerá das condições do mercado e da qualidade do crédito. Ele enfatizou a importância de que o programa não implique custos fiscais adicionais em meio às restrições orçamentárias do governo.


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