Entidades indígenas solicitam plano emergencial aos países da Amazônia diante de seca sem precedentes

Um total de 25 entidades de defesa dos direitos dos povos indígenas enviou um comunicado aos presidentes dos oito países com territórios na Amazônia, solicitando medidas urgentes para enfrentar a seca na região que já está causando a redução dos principais rios. Entre as organizações que assinaram o comunicado estão o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari e a Articulação de Povos e Organizações Indígenas do Amazonas.

No documento, as associações e movimentos indígenas alertam que a Amazônia está enfrentando uma seca sem precedentes, que representa uma ameaça à subsistência dos povos indígenas e ao equilíbrio ambiental global. O comunicado foi enviado também ao presidente da França, Emmanuel Macron, à secretária-geral da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), María Alexandra Moreira, e ao ex-presidente Lula, pois a Guiana Francesa é um departamento ultramarino da França e faz parte da região amazônica.

Segundo as entidades indígenas, a seca está afetando diretamente o estilo de vida desses povos, que dependem dos recursos obtidos da fauna e flora locais, que estão sendo prejudicados pela diminuição do volume dos rios. O fenômeno climático é atribuído à exploração mineira, expansão agrícola e às alterações climáticas.

O comunicado contém uma lista de medidas propostas para os países da região. A primeira delas é a implementação das iniciativas acordadas na Cúpula da Amazônia, realizada em agosto, em Belém, na qual os representantes dos oito países concordaram em proteger os territórios indígenas como forma de preservar o bioma.

As entidades indígenas também pedem a definição clara de políticas de proteção aos recursos hídricos da Amazônia, bem como a adoção de mecanismos mais rigorosos para combater o desmatamento e recuperar áreas danificadas. O documento também solicita o estabelecimento de estratégias para que as cidades amazônicas possam reduzir a poluição e se desenvolver de forma sustentável, sem pressionar os recursos da vegetação.

Na conclusão do comunicado, os signatários alertam para a importância de ações imediatas e decisivas para a sobrevivência da Amazônia e para a preservação do legado dos povos indígenas da região, que possui uma biodiversidade única e contribui para o equilíbrio climático global.

O documento completo pode ser conferido através deste link.

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