Ex-deputado federal Deltan Dallagnol se filia ao Novo em busca de reposicionamento político e enfrenta crise eleitoral

A filiação do ex-deputado federal Deltan Dallagnol ao partido Novo, anunciada no último sábado (30), faz parte de um reposicionamento estratégico da legenda, que busca superar uma crise política e eleitoral vivida nos últimos anos. Dallagnol, ex-procurador da Lava Jato, foi o grande destaque do encontro nacional do partido, realizado em São Paulo. O ex-deputado foi anunciado como um astro de rock em um auditório lotado e depois posou para selfies com centenas de fãs.

Com a sua chegada, o Novo pretende se tornar uma legenda com um viés mais conservador, sem deixar de lado as pautas do liberalismo econômico que estiveram presentes desde a sua origem. O partido se inspira no modelo do Partido Republicano dos EUA, que abriga desde libertários até o populismo trumpista.

Dallagnol afirmou que decidiu não desistir do Brasil após sua cassação e que se uniu ao Novo para persistir na luta. Segundo ele, o partido representa uma oposição àqueles que falam de amor, mas praticam o ódio, fazendo uma clara referência ao atual governo de Lula. O ex-deputado ocupará o cargo de “embaixador” da legenda, auxiliando na formação de novos quadros.

Durante o evento, foi exibido um famoso Power Point apresentado por Dallagnol durante a Lava Jato, que ligava círculos de corrupção ao hoje presidente Lula. Também houve uma paródia que relacionava temas como liberdade de expressão e corte de impostos ao Novo.

O processo de reposicionamento do partido incluiu uma série de pesquisas sobre sua marca, cujos resultados foram apresentados durante o encontro que reuniu 1.500 pessoas. O presidente do partido, Eduardo Ribeiro, afirmou que o Novo tem atraído um número crescente de filiados nos últimos meses e afirmou que é um novo momento para a legenda, que nasceu em meio a uma forte crise econômica.

Uma das pautas atuais do partido é a crítica à atuação do Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de interferir nas competências do Legislativo. O senador Eduardo Girão, recém-filiado ao partido, fez um discurso contra os abusos do STF e também criticou a descriminalização do aborto, que está em pauta na corte.

Durante o evento, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, ouviu coros de “presidente” da plateia. Porém, ele preferiu não tratar do assunto e pediu que o foco seja nas eleições de 2024. O partido se apresentou como claramente de oposição e os militantes entoaram o coro de “Lula ladrão, seu lugar é na prisão”. Zema optou por permanecer em silêncio nesse momento.

Com a filiação de Deltan Dallagnol, o Novo busca fortalecer sua imagem e suas propostas, atraindo novos apoios e mantendo-se como uma alternativa política aos partidos tradicionais.

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