Novo Mapa-Múndi do IBGE Gera Polêmica
O ex-presidente do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) Roberto Olinto avalia que há um “ruído excessivo” nos debates envolvendo a divulgação do novo mapa-múndi do órgão.
A projeção cartográfica, lançada nesta semana com a 9ª edição do Atlas Geográfico Escolar, traz o Brasil no centro do mundo —e não mais à esquerda de quem vê os mapas, como costuma ocorrer. A ideia despertou polêmica nas redes sociais.
Para Olinto, o trabalho segue parâmetros técnicos. Nesse sentido, ele diz que outros países já produziram projeções semelhantes, com seus territórios no centro da visualização.
O ex-presidente também lembra que, em 2007, o próprio IBGE anunciou que o 4º Atlas Geográfico Escolar colocava o Brasil no centro de mapas temáticos.
“Vários países fazem isso. O Japão faz isso, a China faz, tem um mapa-múndi que bota as Américas no centro. Não tem nada de mais, o IBGE já fez isso no passado”, afirma Olinto, que comandou o instituto de 2017 a 2019.
Olinto também aponta um problema na divulgação excessiva dada pelo instituto ao novo mapa. Para ele, a discussão sobre como os mapas são elaborados não deveria ser um tema central para o IBGE.
O novo mapa foi apresentado em um evento no Rio de Janeiro na terça-feira (9). O atual presidente do IBGE, Marcio Pochmann, compartilhou informações sobre o lançamento em suas redes sociais.
Pochmann enfatizou a importância do novo mapa como representação da imagem do Brasil no mundo e destacou a necessidade de uma divulgação ampla e transversal dos documentos do instituto.
O novo mapa-múndi do IBGE gerou discussões nas redes sociais, com críticas e elogios. O posicionamento de países e territórios em mapas sempre foi um tema sensível e polêmico, e o caso das ilhas Malvinas não foi diferente.
Em relação às Malvinas, Olinto ressalta que o IBGE segue recomendações técnicas e políticas estabelecidas na área de cartografia e por órgãos como o Ministério das Relações Exteriores.
É evidente que o novo mapa-múndi do IBGE não passou despercebido e continuará sendo alvo de debates acalorados nas redes e na mídia.
