Extrema direita forma maioria parlamentar com apoio da oposição em projeto que reduz poderes do governo argentino.

Atualmente, a minoria parlamentar da extrema direita está em destaque devido ao parecer majoritário que conseguiu com a colaboração da autodenominada “oposição aberta ao diálogo”. No entanto, é importante ressaltar que das 55 assinaturas do projeto, 34 foram feitas em “dissidência”. Isso ressalta a polarização política e a divergência interna no congresso. Caso o projeto seja aprovado, o governo teria menos dependência da “oposição aberta ao diálogo” para aprovar suas medidas, incluindo a concessão de poderes extraordinários que permitiriam ao Executivo legislar sem passar pelo Congresso.

Agustín Lechi, secretário geral do Sindicato da Imprensa de Buenos Aires (SIPREBA), expressou preocupação com as possíveis consequências dessas medidas. “Não podemos permitir que a destruição de nossos direitos e a total desregulamentação da economia em favor dos setores econômicos, como pretendem fazer, sejam validadas”, disse Lechi. Ele também destacou o papel importante da imprensa nesse momento político, especialmente em relação ao megaprojeto de Milei, que pretende privatizar várias empresas públicas do país, incluindo o sistema público de mídia.

A privatização argumenta-se como uma solução para empresas públicas deficitárias, mas de acordo com o Centro de Economia Política da Argentina (CEPA), essas empresas representarão apenas 0,017% do PIB em 2023. Lechi reforça a importância da mídia pública no acesso à informação e comunicação e alerta que essa função social não pode ser substituída por empresas privadas.

Além disso, a mobilização liderada pela SIPREBA também se baseia no slogan “a pátria não está à venda” em oposição ao plano econômico do governo. Lechi destacou que as medidas propostas pretendem subjugar a soberania do país, desregulamentar a proteção de ativos naturais e permitir a compra ilimitada de terras por estrangeiros.

A reação dos trabalhadores argentinos encontrou apoio internacional, incluindo a oposição de forças de extrema direita. Centrais sindicais de outros países, como a Central Única dos Trabalhadores no Distrito Federal (CUT-DF) e a Central dos Trabalhadores do Uruguai (PIT-CNT), anunciaram atos de solidariedade em frente às embaixadas argentinas em suas respectivas capitais. A mobilização internacional destaca a preocupação global com as medidas propostas pelo governo.

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