Conflito em Gaza: relatos e acusações marcam investigação após festival Nova

Os relatos de testemunhas e sobreviventes do festival Nova, que reuniu 3.000 pessoas a 10 km de Gaza, onde 364 morreram, têm trazido à tona diversas acusações e tensões. Entre os relatos, um dos organizadores do evento, Rami Shmuel, descreveu a cena chocante de três garotas jovens despidas da cintura para baixo, com as pernas abertas, sendo uma delas com o rosto queimado.

Além disso, o Exército israelense divulgou documentos encontrados nos corpos de combatentes do Hamas, que continham instruções como “tirem-lhes as calças” em hebreu. Essas descobertas têm gerado ainda mais polêmica e acusações entre as partes envolvidas.

A investigação do Conselho de Direitos Humanos da ONU também tem sido alvo de polêmica, com diplomatas israelenses contatados pela AFP classificando-a como “tendenciosa” e acusando seus membros de serem “antissemitas” e “anti-israelenses”. As tensões entre as partes parecem apenas aumentar diante dessas acusações mútuas.

Além disso, o Tribunal Penal Internacional (CPI) está acompanhando de perto a situação, já que seu procurador, Karim Khan, visitou a região após a eclosão do conflito. A possibilidade de uma investigação por parte do CPI tem gerado apreensão e incerteza sobre o desenrolar dos acontecimentos.

A perspectiva de uma investigação é vista com cautela por alguns, como Elkayam-Lévy, que aponta que um processo desse tipo pode levar anos e que muitas vezes as vítimas demoram demais para falar. Assim, a busca por justiça e esclarecimento sobre os eventos que culminaram na tragédia do festival Nova parece longa e complexa, cercada por acusações, tensões e incertezas.