Fim melancólico: PSDB não percebe própria morte e perde espaço para Bolsonaro no cenário político brasileiro.




PSDB: O partido morto que não sabe

PSDB: O partido morto que não sabe

Ninguém diz em voz alta, talvez por pena. Mas o PSDB já morreu e não sabe. Ao implodir a centro-direita em 2018, Bolsonaro tomou o lugar que o PSDB ocupava há um quarto de século na polarização com o PT. O capitão empurrou o tucanato para a cova.

No buraco, o PSDB chegou a 2022 sem candidato ao Planalto. Pior: perdeu a disputa pelo governo de São Paulo, interrompendo uma hegemonia de 28 anos. Egresso do DEM, o tucano postiço Rodrigo Garcia foi gongado pelo eleitor já no primeiro turno. O bolsonarista Tarcísio de Freitas jogou terra em cima do ninho.

Ironicamente, Geraldo Alckmin tornou-se o símbolo da decomposição do PSDB. Governou São Paulo em nome do partido por quatro mandatos. Pretendia concorrer novamente em 2022. Mas foi escanteado por João Doria, padrinho político do fiasco Garcia.

Doria voltou para suas empresas. Garcia foi ao ostracismo. Alckmin aninhou-se no PSB e na campanha presidencial de Lula. Eleito vice-presidente da República na chapa de um ex-arquirrival, Alckmin acomodou uma lápide sobre o tucanato.

Se a demora do PSDB em se dar conta da própria morte serve para alguma coisa é para demonstrar que o partido, suprema desgraça, não foi para o céu. O atestado de óbito do PSDB já foi expedido. Preencheu o formulário uma legista insuspeita. Chama-se Evidência. No espaço reservado à causa mortis, ela escreveu: “Suicídio”.


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