Essas informações levaram a ONU a abrir um inquérito interno e os doze suspeitos foram demitidos. No entanto, a agência, que conta com mais de 13 mil funcionários e garante o abastecimento para 2,2 milhões de palestinos, enfrenta agora a ameaça iminente de não conseguir atender a população devido à falta de financiamento.
Países como Estados Unidos, Canadá e nações europeias alegam que só voltarão a disponibilizar recursos para a agência após o caso de corrupção ter sido elucidado. Essa decisão foi criticada pela ONU, que denuncia a atitude como uma “punição coletiva” contra todos os palestinos afetados pela falta de repasses financeiros.
Segundo a agência, se não houver uma retomada do financiamento, a entidade deixará de atender os palestinos no final de fevereiro. Devido a essa situação crítica, António Guterres, secretário-geral da ONU, fez um apelo para que os governos reavaliem a decisão de suspender os pagamentos e ofereçam suporte para que a agência possa continuar sua missão.
Além disso, a crise gera também tensões políticas, com Israel pedindo a demissão de Guterres, além do chefe da agência em Gaza, Philippe Lazzarini. O governo israelense também criticou o diretor da OMS, Tedros Gebreyesus. Enquanto isso, a OMS alerta que toda essa discussão sobre a crise de financiamento é uma distração do que realmente importa: o sofrimento diário da população palestina, vitimada por bombardeios e falta de acesso a água, eletricidade e recursos básicos.
Com a possibilidade real de suspensão dos serviços, a situação é de extrema urgência, e a pressão internacional para a resolução desse impasse continua a crescer. A ONU segue tentando buscar uma solução para que a agência possa continuar desempenhando seu papel essencial no atendimento à população palestina.