Formação inicial de professores: o debate polarizado entre Ensino à Distância e ensino presencial prejudica a busca por qualidade

O cenário educacional brasileiro tem sido alvo de um intenso debate sobre a formação inicial de professores. De um lado, há aqueles que defendem a formação presencial, argumentando que a presença física é essencial para a formação dos docentes. Do outro lado, existem os defensores do Ensino à Distância (EaD), que veem nessa modalidade uma oportunidade de formar um maior número de professores, alcançando assim um maior número de brasileiros.

No entanto, essa polarização acaba prejudicando o debate, pois implica que a aceitação de uma posição implica na rejeição da outra. Isso torna a discussão superficial e pouco produtiva. É importante lembrar que pesquisas indicam que os professores são o fator que mais influencia na aprendizagem dos alunos. Além disso, eles são os principais implementadores das políticas públicas formuladas para impactar as salas de aula.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (INEP), a maioria dos futuros professores está matriculada em cursos à distância. Essa é uma realidade que reflete a necessidade de acesso à educação superior no país. Além disso, quase 20% de todas as matrículas em cursos de graduação no Brasil são na área de Educação, o que demonstra a importância de uma formação sólida para atender às demandas educacionais.

No entanto, a discussão não deve se limitar a EaD versus ensino presencial. O foco deve estar nos critérios de qualidade que os cursos de licenciatura devem atender, independentemente da modalidade. É fundamental garantir que esses cursos possam formar professores competentes, aptos a enfrentar os desafios das salas de aula brasileira.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional estabelece que a formação inicial de professores deve preferencialmente ser realizada de forma presencial, fazendo uso da EaD de forma subsidiária. Portanto, a presencialidade é fundamental, mas isso não exclui a possibilidade de modelos híbridos e à distância, desde que atendam às necessidades dos futuros docentes.

A formação inicial de professores não deve ser apenas teórica, mas também deve incluir vivências práticas nas escolas de educação básica. Isso proporciona aos licenciandos a oportunidade de vivenciar o cotidiano escolar e identificar os desafios enfrentados. Também contribui para o ambiente escolar, trazendo novas visões e saberes.

É importante destacar que a discussão sobre a formação inicial de professores vai além da polarização entre EaD e ensino presencial. O foco deve ser a garantia de critérios de qualidade que visem a formação de professores competentes e comprometidos com os desafios da Educação no país. O debate deve envolver diversos atores, como o Ministério da Educação, o Conselho Nacional de Educação e as universidades, com o objetivo de promover uma educação de qualidade e uma carreira docente respeitada.

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