Futura chanceler da Argentina escolhe Brasil como destino de primeira viagem ao exterior em sinal de abertura de diálogo




A diplomacia Argentina no Brasil

A escolha do Brasil como destino da primeira viagem ao exterior feita pela futura chanceler da Argentina, Diana Mondino, é avaliada por diplomatas argentinos como um sinal incontestável de que os canais técnicos para o diálogo entre emissários de Javier Milei e de Lula (PT) sempre estiveram abertos —e assim devem seguir.

Mondino desembarcou neste domingo (26) em Brasília, onde se reuniu com o chanceler brasileiro Mauro Vieira e entregou uma carta em que o ultraliberal convida o petista para sua posse. O documento também fala em “trabalho frutífero” e “construção de laços” entre os dois países.

A vinda de Mondino ainda é vista como a coroação dos esforços empreendidos nas últimas semanas pelo embaixador do Brasil na Argentina, Julio Bitelli, e pelo embaixador da Argentina no Brasil, Daniel Scioli, que foi indicado ao cargo em 2020 pelos peronistas, derrotados na eleição por Milei.

Bitelli já vinha mantendo contato com interlocutores de Milei desde a campanha eleitoral, apesar de ataques feitos pelo ultraliberal contra o presidente brasileiro.

Já Scioli, segundo assessores que o acompanham, teria feito um trabalho de convencimento fundamental para que Mondino visitasse o Brasil em um espaço de tempo tão curto —apenas uma semana depois da vitória de Milei.

O fato de a viagem ter sido mantida em segredo foi considerado fundamental para o seu sucesso.

Durante sua passagem pela Embaixada da Argentina em Brasília, a futura chanceler realizou uma reunião de trabalho com diplomatas e fez perguntas sobre diversos temas da relação bilateral entre os dois países, pedindo que os presentes se aprofundassem sobre cada um deles.

Antes da visita de Mondino, diplomatas brasileiros já vinham defendendo ser necessário “desdramatizar” a vitória de Milei, fruto da vontade popular. Embora seja necessária uma reacomodação em ambos os lados, explicam, a política externa continuará sendo operada por profissionais empenhados em manter as relações nos melhores termos possíveis.

Emissários argentinos, por sua vez, minimizam o fato de Lula ainda não ter citado o ultraliberal nominalmente, bem como a possibilidade de ele não ir à cerimônia de posse do recém-eleito.

A avaliação é a de que na diplomacia todo gesto importa, e ainda que o petista não tenha feito deferência a Milei na mensagem publicada após a eleição e até deixado claro seu desinteresse pessoal, o tom usado teria sido correto por colocar a boa relação entre os dois Estados acima de qualquer diferença ideológica.

No mais, o presidente eleito da Argentina tampouco citou Lula na carta em que o convida para a posse, referindo-se a ele como “estimado senhor presidente”.

À coluna, integrantes das duas embaixadas lembram que as relações entre os países são densas e importantes demais para ambos os lados para que se especule algum tipo de ruptura. Alguns dos emissários destacam que o então presidente Jair Bolsonaro (PL) não chegou a se encontrar com Alberto Fernández pessoalmente, e que o argentino foi alvo de graves ataques feitos por Bolsonaro e seus filhos. A relação Brasil-Argentina, contudo, não ruiu.

NO PRELO

O sambista Mosquito lançará na próxima quinta (30) o single “Pega-Pega”. A faixa versa sobre amor e imprevisibilidade e foi escrita em parceria com Claudemir Rastafari, compositor de canções que se consagraram nas vozes de cantores como Alcione, Xande de Pilares e Zeca Pagodinho. O músico Pretinho da Serrinha assina a produção da faixa —uma parceria que se repetirá em outras composições do novo disco de Mosquito, previsto para o primeiro trimestre de 2024.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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