Governador de Goiás consegue afastar desembargador que defendeu a extinção da Polícia Militar em seu estado

O Tribunal de Justiça do estado de Goiás (TJGO) decidiu afastar, nesta segunda-feira (6), o desembargador Adriano Roberto Linhares Camargo de seu cargo. A suspensão vem logo após o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, publicar um vídeo defendendo o impeachment do magistrado, em resposta a uma manifestação polêmica feita por ele em relação à Polícia Militar do estado.

Durante uma sessão de julgamento no dia 1º, Linhares criticou veementemente a atuação da PMGO, mencionando denúncias de abusos na conduta dos policiais. Ele sugeriu, de forma exaltada, que a Polícia Militar deveria ser extinta. Sua declaração causou desconforto dentro da corporação, o que chamou a atenção do governador.

No dia seguinte, Caiado fez um pronunciamento em vídeo, atacando pessoalmente o desembargador. Ele exigiu que Linhares demonstrasse respeito pela Polícia Militar e afirmou que o Conselho de Ética do TJGO deveria avaliar o caso e impor o impeachment ao magistrado. Caiado ressaltou que a PMGO está sob o seu comando e criticou a postura inadequada de Linhares durante o julgamento.

A decisão do afastamento do desembargador foi justificada com base na mesma argumentação apresentada por Caiado. Em nota, o TJGO afirmou que a suspensão se deu por conta da “manifestação/opinião pessoal expressada em voto oral em sessão de julgamento”. O tribunal ainda ressaltou que o afastamento será mantido até que seja decidida a abertura ou não de um processo administrativo disciplinar.

O governador também acusou Linhares de estar atentando contra o Estado Democrático de Direito ao pedir a extinção da Polícia Militar ou de estar ligado a forças criminosas em Goiás. Caiado anunciou que o episódio seria levado ao conhecimento do corregedor do tribunal, ressaltando a necessidade de responsabilização diante da conduta inapropriada do desembargador.

É importante ressaltar que o afastamento de Linhares do TJGO não representa o seu impeachment e que ainda serão necessárias novas análises e decisões para a resolução do caso. Enquanto isso, a polêmica continua gerando discussões sobre a relação entre a magistratura, a segurança pública e o papel da Polícia Militar em Goiás.

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