Governador mantém uso de câmeras por PMs, mas não investirá em novos equipamentos; estudo aponta efetividade, mas brechas permitem abusos.

O uso de câmeras por PMs será mantido, mas sem investimento em novos equipamentos

O governador Tarcísio afirmou em entrevista coletiva que pretende manter os contratos existentes para o uso das câmeras por policiais militares. No entanto, ele deixou claro que não pretende investir na compra de novos equipamentos. Essa decisão vem após o corte de R$ 15 milhões do orçamento destinado à aquisição de aparelhos no final de 2023, que totalizava R$ 152 milhões.

Um estudo realizado em 2022 pela Fundação Getúlio Vargas apontou a efetividade do uso de câmeras por PMs. Segundo a pesquisa, houve uma redução de 57% nas mortes decorrentes de ações policiais nas unidades policiais que utilizavam o recurso. Além disso, o estudo indicou que 104 mortes foram evitadas graças ao uso das câmeras.

Brechas para burlar o equipamento

Mesmo com a eficácia comprovada das câmeras, elas ainda são burladas por alguns policiais militares. De acordo com uma reportagem publicada em dezembro pelo UOL, brechas como tapar a lente e manipular os dados dos vídeos permitem fraudes que permitem abusos de autoridade por parte dos militares a seguirem impunes, mesmo com o recurso das câmeras.

O uso de câmeras por PMs em São Paulo foi implantado no governo de João Doria, em agosto de 2020, com 585 unidades. Até o final de 2022, a corporação já contava com 10 mil equipamentos à disposição. A decisão do governador Tarcísio de manter os contratos sem investir em novos equipamentos levanta questionamentos sobre a eficácia contínua do uso das câmeras, especialmente diante das brechas para burlar o equipamento.

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