Governo de Alagoas desapropria área atingida por mina da Braskem em Maceió e promete compensação para ex-moradores






Desapropriação na Mina 18 da Braskem

Governador determina desapropriação de área no entorno da mina 18 da Braskem em Maceió

O governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), anunciou a imediata desapropriação de toda a área no entorno da mina 18 da Braskem, localizada em Maceió. Essa medida tem como objetivo garantir que os ex-moradores recebam valores proporcionais de seus imóveis atingidos. Dantas enfatizou em seu pronunciamento no Instagram o compromisso em fazer a Braskem pagar por todo o dano causado ao povo.

Em resposta, a empresa afirmou estar atenta a todos os desdobramentos e solidária à população afetada pela situação, que culminou no desabamento do teto da mina neste último domingo (10).

O desabamento ocorreu por volta das 13h15 e, felizmente, a área já havia sido desocupada, não havendo registro de vítimas. Diante desse evento, o governador anunciou que a área esvaziada será transformada em um grande parque estadual, como forma de homenagear a memória daqueles que construíram suas vidas no local.

Vale ressaltar que a mina 18, local utilizada pela Braskem na exploração de sal-gema, teve suas operações interrompidas em 2019, após os primeiros sinais de afundamento do solo. Desde então, a empresa vem trabalhando para preencher as cavidades das 35 minas da região. O desabamento ocorreu após a velocidade de afundamento da mina se acelerar, chegando a 0,54 cm/h, de acordo com boletim emitido pela Defesa Civil.

O prefeito de Maceió, JHC (PL), determinou o estado de emergência no município por 180 dias desde o dia 29 de novembro, diante da gravidade da situação e de seus impactos na região.

‘A novela terminou’, diz primeiro a alertar sobre risco

Abel Galindo, professor de engenharia civil na UFAL (Universidade Federal de Alagoas), foi o primeiro profissional a alertar sobre a possibilidade de desabamento de uma das minas escavadas pela Braskem em Maceió. Ele vem falando sobre o assunto desde 2010 e sua previsão concretizou-se neste domingo.

Em entrevista à Folha, Galindo afirmou: “A novela terminou, e foi como eu disse. Parabéns aos envolvidos”. Ele enfatizou a urgência de um estudo amplo para medir os impactos na região, já que todos os grupos que acompanhavam a mina perderam seus equipamentos após o desabamento. Há planos de realizar voos e expedições de barco sobre a área afetada, com o apoio do poder público.


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