O governo de Israel reagiu fortemente à declaração feita pelo presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, e o declarou “persona non grata” até que ele se retrate publicamente. A declaração, feita durante uma transmissão ao vivo, gerou grande controvérsia e tensão diplomática entre os dois países.
Diante disso, um grupo de deputados brasileiros, principalmente da oposição, classificou a fala do presidente como um “crime de responsabilidade” e decidiu protocolar um pedido de impeachment. Segundo eles, a declaração representa um “ato de hostilidade contra nação estrangeira, expondo a República ao perigo da guerra, ou comprometendo-lhe a neutralidade”. Até o momento, 108 parlamentares assinaram o pedido, que será protocolado na Câmara dos Deputados nas próximas horas, como divulgado pela deputada Carla Zambelli em sua conta no X (antigo Twitter).
A situação é ainda mais delicada devido ao contexto de conflito entre Israel e o Hamas. Segundo o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, mais de 29 mil pessoas morreram desde o início da guerra, desencadeada por um ataque do Hamas que matou cerca de 1.200 pessoas. Diante desse cenário, a posição do Brasil perante os conflitos no Oriente Médio ganha ainda mais relevância e delicadeza.
Para debater esse assunto e outros temas relacionados, os deputados planejam realizar uma coletiva de imprensa no Salão Verde da Câmara dos Deputados, onde devem abordar temas como o pedido de impeachment do presidente. A coletiva está marcada para terça-feira, 20 de dezembro, às 17h30.
Faz sentido o pedido de impeachment?
A discussão sobre o pedido de impeachment do presidente ganhou destaque nos últimos dias, sobretudo após a crise diplomática com Israel. Segundo especialistas em direito constitucional, qualquer cidadão pode apresentar um pedido de impeachment, porém a decisão cabe ao presidente da Câmara dos Deputados, que irá analisar se há fundamentação para abrir o processo.
