Governo e agências notificam Enel após apagão que deixou um milhão de pessoas sem energia em São Paulo

Concessionárias de energia elétrica em São Paulo são duramente criticadas após tempestade

A tempestade que atingiu o estado de São Paulo na semana passada resultou em sete mortes e deixou mais de um milhão de endereços sem energia elétrica. Agora, as concessionárias responsáveis pelos serviços estão enfrentando grandes críticas por parte dos governos federal, estadual e municipal.

Nesta segunda-feira (6), a Enel, que é responsável pela distribuição de energia elétrica na região, foi notificada pela Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor) do Ministério da Justiça para explicar as razões do prolongado apagão. A empresa terá um prazo de 24 horas para responder às questões levantadas.

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) destacou a dificuldade em lidar com os atuais contratos de energia elétrica, já que o governo estadual e a gestão municipal não são os titulares do contrato, que foi firmado com a União na década de 1990.

Em uma reunião realizada no Palácio dos Bandeirantes com o prefeito Ricardo Nunes (MDB), representantes da Aneel e das concessionárias, o governador anunciou um estudo de ressarcimento aos consumidores afetados pelo apagão. Mais detalhes sobre o formato do ressarcimento serão divulgados em até 30 dias. Além disso, um projeto de lei será enviado à Alesp (Assembleia Legislativa) para coordenar um plano de manejo e poda de árvores.

O prefeito Ricardo Nunes mencionou a criação de uma taxa adicional para enterrar os fios de energia elétrica, que seria complementar aos R$ 200 milhões já destinados para esse fim. No entanto, ele ressaltou que essa taxa não seria obrigatória e que haveria uma consulta aos moradores dos quarteirões considerados críticos.

O secretário Wadih Damous destacou a importância da Enel explicar o que aconteceu e adotar medidas para prevenir situações semelhantes no futuro. A empresa também será solicitada a apresentar um plano de enfrentamento da situação e disponibilizar canais de atendimento para a população.

Enquanto isso, cerca de 200 mil endereços em 24 municípios da região metropolitana de São Paulo ainda estavam sem energia elétrica nesta terça-feira (7), conforme informações da Enel. Essa situação tem gerado indignação na população, que tem se manifestado nas redes sociais direcionando críticas às empresas concessionárias, ao prefeito e ao governador.

A distribuição de energia elétrica em São Paulo, embora seja associada ao setor público estadual, foi entregue à Enel em 2018, quando a empresa adquiriu as cotas da AES Eletropaulo. A Enel assumiu o contrato de concessão do serviço na capital paulista, com prazo de vigência até 2028.

Diante das críticas e problemas enfrentados durante o apagão, é necessária uma revisão das políticas do setor elétrico para melhorar a infraestrutura e garantir um fornecimento adequado de energia, principalmente em situações climáticas adversas. Além disso, é fundamental que as concessionárias assumam a responsabilidade pelos prejuízos causados aos consumidores afetados.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo