Grupo Casas Bahia obtém aval da Justiça de SP para recuperação extrajudicial, ações disparam 32% e mercado reage positivamente.




Recuperação Extrajudicial do Grupo Casas Bahia é Aprovada pela Justiça de SP

Na última segunda-feira (29), a Justiça de São Paulo deu aval ao pedido de recuperação extrajudicial do Grupo Casas Bahia, feito um dia antes. A decisão foi bem recebida pelo mercado, refletindo-se no aumento das ações da companhia, que dispararam desde a abertura do pregão.

Os analistas enxergam nessa operação um alívio para o caixa da rede de varejo, oportunizando à empresa focar em seu plano de transformação. Como resultado, as ações da empresa tiveram um salto de 32% nesse dia, atingindo o valor de R$ 7,18, o melhor desempenho percentual do dia entre as ações do Ibovespa. No acumulado do ano, no entanto, as ações ainda registram uma queda de 37%.

Os analistas do Bradesco BBI consideraram a decisão como “muito positiva”, afirmando que a medida proporciona margem de manobra para os fluxos de caixa de curto e médio prazo da Casas Bahia, reduzindo os riscos de preocupações com liquidez. Pedro Pinto e sua equipe ressaltam a possibilidade da administração agora concentrar esforços na execução do plano de transformação sem distrações de resgates significativos de caixa a curto prazo.

O juiz Jomar Juarez Amorim, da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Tribunal de Justiça de SP, deferiu o pedido de recuperação extrajudicial com base no cumprimento do artigo 163 da Lei 11.101/2005, que exige a concordância da maioria dos credores abrangidos pelo plano.

A decisão suspende, por 180 dias, todas as execuções contra a Casas Bahia movidas pelos credores sujeitos ao plano de recuperação. A empresa terá também que comprovar o envio de carta aos credores sujeitos ao plano, contendo a relação de todos os credores afetados e o acesso ao conteúdo do plano.

O plano envolve um montante de R$ 4,1 bilhões em dívidas, referentes a emissões de debêntures e CCBs emitidas junto a instituições financeiras. Dívidas operacionais com fornecedores e parceiros não estão inclusas, nem há impacto nos trabalhadores ou clientes.

A estratégia prevê o alongamento da amortização da dívida, com carência de 24 meses para pagamento de juros e 30 meses para pagamento do principal, além da possibilidade de conversão de parte da dívida em participação na empresa pelos credores apoiadores.

De acordo com a Casas Bahia, o “reperfilamento” da dívida permitirá preservar R$ 4,3 bilhões em caixa nos próximos quatro anos, com redução do custo médio de 1,5 ponto percentual.

Os analistas do Safra também consideraram a notícia positiva em termos de fluxo de caixa, porém alertam que o total de juros pagos aumentará consideravelmente, impactando o fluxo de caixa futuro. Eles acreditam que a empresa lançará um FIDC em breve, possibilitando mais crédito aos clientes.

O plano deve ser homologado em até 40 dias, pois a empresa conta com o apoio de credores detentores de 55% da dívida citada no processo, afirmou o presidente-executivo da Casas Bahia, Renato Franklin, em uma apresentação a analistas.

Com Reuters


Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo