Guerra Civil do Sudão: mais de 10 mil mortos e 6,5 milhões deslocados em 8 meses, denuncia Al Jazeera

A guerra civil no Sudão está se mostrando um dos mais sangrentos conflitos da atualidade, considerando a crueldade das ações cometidas, segundo a opinião da professora Patrícia Teixeira. Os embates ocorrem principalmente na capital Khartoum e na região de Darfur. As forças envolvidas são o exército leal ao general Abdel Fattah al-Burhan e paramilitares das Forças de Apoio Rápido, liderados por Mohamed Hamdam Dagalo. Em novembro, centenas de pessoas, principalmente civis, foram mortas em combates e milhares foram deslocadas para o Chade. Até o momento, cerca de meio milhão de sudaneses no Chade foram deslocados, tornando-se a maior crise de deslocamento no continente, possivelmente no mundo.

Os Estados Unidos buscou interferir no conflito, propondo que o Sudão fizesse um acordo de normalização com Israel para ser removido da lista de estados sancionados por apoiarem o terrorismo, permitindo que investimentos fluissem e facilitando transferências de capital e exportações. A política foi criticada por democratas mas o governo de Joe Biden seguiu os mesmos passos, mostrando a fragilidade de qualquer corrente progressista na política externa dos EUA.

Segundo a professora Patrícia Teixeira, o conflito no Sudão é resultado do contragolpe de um governo que já havia dado um golpe para criar obstáculos na transição do poder para as mãos civis. A ditadura de Omar Bashir que durou três décadas foi encerrada, mas a luta por um governo mais democrático foi interrompida pelo golpe militar. O plano de transição democrática proposto pelos militares e patrocinado por outros países é apoiado pela oposição liberal e criticado pela oposição nacionalista e de esquerda. Patrícia Teixeira leciona a respeito da História da África na Universidade Federal de São Paulo e afirma com preocupação a vulnerabilidade extrema das mulheres civis no Sudão.

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