Guerra em Gaza deixa mais de 20 mil mortos e população vive situação catastrófica, aponta Ministério da Saúde palestino




Situação grave na Faixa de Gaza: mais de 20 mil mortos em operações militares israelenses

O Ministério da Saúde palestino anunciou neste domingo que as operações militares israelenses deixaram 20.424 mortos desde o início da guerra. Do lado de Israel, além das perdas no campo militar, 1.140 pessoas foram mortas em ataques do grupo Hamas em 7 de outubro.

Situação catastrófica

Segundo a ONU, a situação no enclave é catastrófica: a maior parte dos hospitais deixou de funcionar e com a escassa ajuda humanitária autorizada a entrar no território, a população é submetida a um alto risco de insegurança alimentar. Cerca de 1,9 milhão de pessoas – cerca de 85% da população do território – foi obrigada a deixar suas casas para fugir dos ataques.

É o caso do palestino Nabil Diab, que se refugiou em Deir al-Balah, no litoral, junto a milhares de pessoas obrigadas a migrar dentro da Faixa de Gaza. Em entrevista à RFI, ele contou que, antes da guerra, a cidade tinha 160 mil moradores, mas hoje abriga cerca de 800 mil pessoas.

“Por causa dos drones e bombardeios não dormimos à noite. Acordamos às 6h da manhã e passamos o dia procurando comida para tentar sobreviver. É essa a nossa vida, um sofrimento imenso”, resume.

Diab também relata que milhares de pessoas aguardam por ajudas nos centros humanitários, “tudo isso sob bombardeios”. “Faz mais de 70 dias que vemos massacres acontecer. Perdi amigos, familiares, minha casa foi destruída. Ninguém pode imaginar o que estamos vivendo. É a injustiça no sentido literal. Quero que essa guerra termine”, diz.

Ajuda humanitária insuficiente

Na sexta-feira, o Conselho de Segurança na ONU adotou uma resolução exigindo a entrega “em grande escala” e “imediata” de ajuda humanitária a Gaza. No entanto, por pressão dos Estados Unidos, o texto não menciona a necessidade de um cessar-fogo, já que Israel considera que a ofensiva é necessária para acabar com o grupo Hamas.

Apesar da adoção da resolução, a entrada de comboios humanitários no enclave não teve um aumento expressivo no sábado. Cerca de 93 caminhões puderam atravessar a passagem de Rafah, na fronteira com o Egito ontem, contra uma média de 80 por dia antes do voto no Conselho de Segurança da ONU.



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