A cibersegurança na indústria automobilística se tornou uma questão de segurança nacional, de acordo com o economista alemão Moritz Schularick. Ele destaca que os dados sensíveis presentes nos carros elétricos podem ser facilmente “sugados” e representam uma ameaça significativa. Schularick alertou que os veículos modernos, equipados com vários sensores e câmeras, podem se tornar verdadeiras máquinas de espionagem sobre rodas, transmitindo informações para seus fabricantes, muitos dos quais estão sediados na China.
Durante uma conferência sobre cibersegurança realizada pela DW, Schularick enfatizou que os carros elétricos atuais registram constantemente tudo o que ocorre ao seu redor, o que levanta questionamentos sobre a privacidade e segurança dos dados. Ele provocou o público ao questionar se desejavam permitir que um governo estrangeiro monitorasse as ruas por meio de milhões de automóveis.
O relatório “Cibersegurança automotiva”, divulgado em março de 2024 pelo Centro de Gestão Automotiva (CAM) da Alemanha em parceria com a empresa de software Cisco Systems, confirma os perigos iminentes à cibersegurança na indústria automobilística. Os riscos estão em constante evolução com a interconexão e digitalização dos veículos, bem como dos processos de produção e logística.
Stefan Bratzel, diretor do CAM, ressalta que os ciber-riscos aumentam à medida que os veículos se tornam mais dependentes de software, a eletromobilidade se expande, a direção autônoma se populariza e toda a cadeia de abastecimento se torna interconectada. Casos recentes, como a suspensão da produção da Toyota devido a um ciberataque no fornecedor e o roubo de dados da Continental por cibercriminosos, evidenciam a vulnerabilidade da indústria automotiva.
