Indígenas se reúnem em Brasília para debater ciência e justiça climática em encontro internacional de pesquisadores entre aldeias e universidades.




Encontro Internacional de Pesquisadores Indígenas debate ciência e justiça climática

Encontro Internacional de Pesquisadores Indígenas debate ciência e justiça climática

No dia 20 de Outubro, indígenas representantes do Brasil, Chile, Bolívia, Colômbia e Equador se reuniram na sede do CNPq em Brasília para discutir temas relacionados à ciência e justiça climática. O evento, intitulado de 1º Encontro Internacional de Pesquisadores Indígenas entre Aldeias e Universidades, contou com a presença de representantes do governo federal, professores, estudantes, cientistas e personalidades, como o cacique Raoni Metuktire, a ativista Txai Suruí e o escritor Ailton Krenak.

Um dos principais focos do encontro foi a crise climática e a importância do papel dos povos originários na proteção dos biomas, lutando contra o desmatamento, poluição dos rios e degradação do solo. O cacique Raoni Metuktire destacou a preocupação com o calor excessivo gerado pelo desmatamento, alertando sobre as consequências negativas para todos se essas ações não forem controladas.

Raoni ressaltou que as atividades humanas são as principais causadoras do aquecimento global e lamentou as mortes de indígenas em confrontos com garimpeiros, grileiros e madeireiros. Recentemente, o líder kayapó recebeu dois títulos de doutor honoris causa por sua luta em defesa da Amazônia e dos povos indígenas em fóruns internacionais, como a COP da ONU.

Arlindo Baré, presidente da Upei, destacou a importância da representatividade indígena nas universidades e na comunidade científica, visando a integração dos conhecimentos tradicionais com a ciência. Baré enfatizou que os povos indígenas sempre defenderam a justiça climática, concordando com a ciência em questões ambientais.

Além disso, a representante Txai Suruí ressaltou a importância do conhecimento milenar dos povos indígenas, que já possuíam conhecimentos de ciência e matemática antes da colonização. Ela destacou o papel dos universitários indígenas em unir a ciência com o conhecimento ancestral para a preservação da Amazônia.

O evento contou com a participação de autoridades de países vizinhos, como o ministro conselheiro da Bolívia em Brasília e representantes da Colômbia e Equador. A discussão sobre ciência, justiça climática e preservação ambiental foi fundamental para fortalecer a união entre povos indígenas e a comunidade científica.

O repórter viajou a convite da Upei.


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