Interferência no GPS: militares utilizam “spoofing” para prejudicar avião ou drone inimigo, causando impacto na segurança da aviação.









Um alerta para a segurança aérea foi emitido recentemente durante uma reunião em Colônia, na Alemanha, envolvendo a Agência Europeia de Segurança da Aviação (Easa) e a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata). O tema em pauta? A prática de “spoofing” que, de acordo com o OpsGroup, está causando interferências no Global Positioning System (GPS) e trazendo desafios significativos para a aviação.

O “spoofing” é definido como o ato de envio de sinais falsos do GPS por militares de um país, com o objetivo de prejudicar o funcionamento de aeronaves inimigas, o que acaba afetando também a operação de aeronaves próximas. Esse tipo de interferência é relatado em larga escala no Leste Europeu, no Mar Negro e no Oriente Médio, e tem sido motivo de preocupação para as autoridades responsáveis pela segurança aérea.

Um dos aspectos debatidos durante a reunião foi a possibilidade de coordenar a coleta e o compartilhamento de informações de segurança do sistema global de navegação por satélite (GNSS), bem como estabelecer uma orientação processual universal sobre incidentes GNSS por parte das fabricantes e um compromisso dos Estados para manter os sistemas de navegação tradicionais como backup nos casos em que o GNSS seja falsificado ou bloqueado. O general Willie Walsh, diretor da Iata, ressaltou a importância dessa coordenação para garantir a segurança das operações aéreas.

Além disso, uma solução de longo prazo discutida nesse encontro foi o desenvolvimento de uma segunda camada de autenticação, que permitiria verificar se a localização do GPS foi alterada. Essa tecnologia foi desenvolvida no programa europeu Galileo, porém, atualmente, não é amplamente utilizada. A implementação desse recurso poderia representar um avanço significativo na mitigação dos problemas causados pelo “spoofing” e na proteção das aeronaves em todo o mundo.

(Reportagem de Joanna Plucinska em Londres e Valerie Insinna em Washington)


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