Inundações na Somália causam destruição generalizada, aumento do risco de cólera e crise humanitária iminente.






Situação na Somália

As inundações na Somália têm deixado milhares de pessoas sem acesso aos mercados, abastecimentos e isoladas em aldeias. A destruição das infraestruturas, como estradas, pontes e pistas de aterragem, está dificultando ainda mais a situação. Localidades inteiras viram suas instalações, como hospitais e escolas, fecharem devido às inundações, aumentando o risco de doenças como cólera, especialmente ao longo das zonas ribeirinhas baixas de Shabelle e Juba, no sudoeste do país. Com isso, as necessidades emergenciais aumentam rapidamente, à medida que as inundações se expandem por todo o território somali.

O comissário da Agência de Gestão de Desastres da Somália, Mahamud Moallim, destacou que a prioridade é resgatar os desamparados e fornecer ajuda humanitária imediata às vítimas, em um momento em que milhares de famílias se encontram sitiadas. Além disso, cerca de 1,5 milhões de crianças com menos de cinco anos poderão enfrentar subnutrição aguda até julho de 2024, o que eleva ainda mais a grave crise humanitária em andamento.

Diante desse cenário, a comunidade humanitária vem alertando que, sem mais recursos, não será possível atender as necessidades atuais e futuras de mais de 7,6 milhões de pessoas. Entretanto, a situação enfrentada pelos somalis vai muito além das consequências das inundações. A intervenção de interesses de governos estrangeiros, como os dos Estados Unidos, e das elites somalis prevalece sobre os dos cidadãos comuns, deixando a população em uma situação bastante vulnerável. Infelizmente, parece que o governo de Joe Biden irá seguir os passos dos seus antecessores Barack Obama e Donald Trump.

A história recente do país tem sido conturbada e marcada pela ausência de um governo eficaz, capaz de administrar o território nacional. Desde a missão militar fracassada dos Estados Unidos na Somália, no início da década de 1990, a nação tem sido frequentemente associada a refúgio para ataques terroristas em países vizinhos e ataques piratas em rotas marítimas internacionais. No entanto, grande parte dessa cobertura dá a impressão de que os problemas da Somália são autogerados, enquanto a verdade é que existe uma longa história de interferência externa nos assuntos somalis que agravou a crise.

Essa interferência extranjera tem agravado a longa crise somali. Desde a Guerra Fria à “guerra ao terror”, os Estados Unidos têm usado a Somália como campo de batalha para seus esquemas geopolíticos, com consequências profundamente destrutivas para os somalis. Isso tem sido evidenciado pela falta de investimentos em soluções sustentáveis e duradouras, resistentes às inundações e sistemas de alerta precoce essenciais no território somali.

Portanto, a situação na Somália demanda um esforço coletivo para resolver as questões humanitárias emergentes e também para abordar as causas estruturais que têm contribuído para a crise humanitária no país. A Somália precisa urgentemente de apoio global e de esforços coordenados para superar essa difícil situação em que a população se encontra imersa.



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