Investidores enfrentam dilema entre segurança e retorno em investimentos de renda fixa no Brasil: vale a pena arriscar?






Artigo de Investimentos em Renda Fixa

O Dilema dos Investimentos em Renda Fixa no Brasil

Diante do dilema que permeia o universo dos investimentos em renda fixa no Brasil, os investidores se veem numa encruzilhada: perseguir a segurança ou arriscar por retornos potencialmente mais altos? Em um país com uma economia caracterizada por volatilidade, tomar essa decisão se revela um verdadeiro desafio.

Quando investimos em renda fixa, temos três alternativas de escolha para o indexador. Os títulos podem ser prefixados, referenciados ao IPCA, ou referenciados ao CDI ou Selic.

Ao considerar os títulos prefixados e os atrelados ao IPCA, é fundamental entender suas particularidades. Os prefixados oferecem a garantia de uma taxa fixa de retorno, proporcionando clareza quanto ao valor que será recebido no vencimento. Já os títulos vinculados ao IPCA buscam proteger o investimento contra a inflação, ajustando os retornos de acordo com suas variações, mas introduzindo uma variável de incerteza quanto à taxa de inflação futura.

Os títulos prefixados trazem consigo desafios específicos, sendo o principal a inflação e as alterações na taxa de juros. Uma escalada inflacionária acima do esperado pode erodir o retorno real do investimento, enquanto um aumento nas taxas de juros pode depreciar o valor de mercado do título, caso haja necessidade de venda antes do vencimento.

A análise histórica entre o IRFM e o CDI revela dados significativos. Desde o fim do ano 2000, em um período de 23 anos, o IRFM superou o CDI em 17 desses anos. O IRFM é o índice de títulos públicos federais prefixados calculado pela Anbima.

Um investidor que tivesse aplicado R$ 56,5 mil no IRFM no final de 2000 teria acumulado R$ 1 milhão ao final de 2023. Por outro lado, se o mesmo montante tivesse sido investido no CDI, o valor seria de apenas R$ 753 mil. Estes números ilustram a vantagem de retorno dos títulos prefixados e destacam o potencial de valorização acima das opções tradicionalmente consideradas mais seguras.

Diante dos dados apresentados, como você posiciona seus investimentos? A segurança dos títulos atrelados à inflação fala mais alto, ou a possibilidade de um retorno superior com os prefixados? Considerando os riscos, qual parece mais atraente? A decisão envolve não apenas números, mas também uma reflexão profunda sobre expectativas econômicas e tolerância ao risco.

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.

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