Investigação da “Abin Paralela” não pressiona deputado Alexandre Ramagem a deixar Comissão de Inteligência do Congresso, apesar das suspeitas.




Artigo investigativo – Deputado federal Alexandre Ramagem

Deputado federal Alexandre Ramagem enfrenta pressões enquanto é investigado pela “Abin Paralela”

Em meio às investigações da chamada “Abin Paralela”, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) se tornou um dos principais alvos, mas a pressão para que deixe a comissão do Congresso Nacional que fiscaliza as atividades de inteligência tem sido mínima. Ramagem está programado para prestar depoimento à Polícia Federal nesta terça-feira (27) em Brasília, após a PF ter realizado busca e apreensão em sua casa e gabinete na Câmara em 25 de janeiro.

Como diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) durante o governo Bolsonaro, Ramagem é investigado por suspeitas de que a agência tenha realizado espionagem ilegal e levantado informações privilegiadas para o presidente e seus filhos. No entanto, mesmo com a mira da PF sobre Ramagem, membros da CCAI (Comissão Mista de Controle de Atividades de Inteligência) afirmam que ele deve permanecer na comissão, tendo acesso a informações sigilosas e participando de sessões fechadas.

Parlamentares, tanto da base do governo quanto opositores, concordam que Ramagem não perdeu suas prerrogativas como deputado e que só deixaria a CCAI por decisão própria ou judicial, o que não está sendo cogitado pelo grupo. Integrantes do núcleo bolsonarista ressaltam a importância de não intimidar políticos através de investigações sem fundamentos concretos, citando o caso do senador Marcos do Val no ano passado.

Ramagem tem buscado se explicar e obter apoio dos presidentes da Câmara e do Senado, com sugestões de se pronunciar publicamente para esclarecer as acusações de espionagem. Mesmo sem pressões dos colegas, o deputado está avaliando deixar a CCAI, embora ainda não tenha tomado uma decisão definitiva. A investigação sobre o uso irregular do software espião First Mile durante sua gestão na Abin levanta suspeitas de corrupção por parte de Ramagem.

Os desdobramentos dessa investigação ainda estão em andamento, com as respostas solicitadas pela CCAI não sendo fornecidas pelos órgãos competentes até o momento. O senador Esperidião Amin protestou no plenário do Senado contra a falta de transparência e respostas sobre as investigações. Ramagem também expressou sua frustração com a demora da PF em ouvi-lo.


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