Investigação sobre órgão paralelo de arapongagem no governo Jair Bolsonaro (PL) derruba delegados de alto escalão na Polícia Federal e na Abin.




Arapongagem no Governo Bolsonaro

Arapongagem no Governo Bolsonaro – Investigação revela queda de delegados em cargos estratégicos

Uma investigação sobre a existência de um órgão paralelo de arapongagem no governo Jair Bolsonaro (PL) resultou no afastamento de dois delegados em cargos estratégicos na Polícia Federal e na Abin (Agência Brasileira de Inteligência). As exonerações de Carlos Afonso Gonçalves Gomes Coelho, da PF, e Alessandro Moretti, da Abin, ilustram a disputa de bastidores entre as cúpulas das agências, que se desentendem desde o período de transição do governo.

O início desse embate remonta ao período da transição do governo, quando um mesmo grupo almejava controlar tanto a PF quanto a Abin, mas Lula tomou decisões diferentes. Na PF, colocou Andrei Rodrigues, delegado que coordenou a sua equipe de segurança na campanha de 2022 e estabeleceu proximidade com o presidente e a primeira-dama, Janja. Já na Abin, escolheu Luiz Fernando Corrêa, retirando a agência de inteligência das mãos dos militares e alocando-a sob a guarda da Casa Civil, do ministro Rui Costa. Corrêa, por sua vez, escolheu Alessandro Moretti e Paulo Maurício Fortunato como números 2 e 3, respectivamente.

As indicações de Lula na Abin foram usadas pela PF para tentar desgastar a direção da agência nos bastidores, alegando que Corrêa estaria levando pessoas que exerceram papel relevante sob as ordens de Bolsonaro para a gestão do presidente. Moretti, por exemplo, foi acusado de dificultar o trabalho da equipe de segurança de Lula durante a campanha eleitoral, o que resultou em sua tentativa de nomeação como adido da PF na França sendo barrada por Andrei.

Já Carlos Afonso Coelho foi afastado da coordenadoria de Aviação Operacional da PF após a PF afirmar que ele agiu ao lado de Alexandre Ramagem para evitar investigação interna na Abin sobre irregularidades no uso do software FirstMile para espionagem ilegal de adversários políticos dos Bolsonaro. Sua nomeação para o cargo é apontada por integrantes da Abin como prova das tentativas de ampliação de espaços de poder dentro do governo Lula.

O software FirstMile é alvo de investigação da Polícia Federal sob a suspeita de ter sido usado pela gestão Bolsonaro para espionagem ilegal. Três operações foram realizadas, resultando no afastamento de vários integrantes da Abin, incluindo Alessandro Moretti, e na apreensão de documentos e equipamentos na sede da agência.

Outro alvo importante da investigação foi o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho de Jair Bolsonaro, apontado pela PF como integrante do núcleo político da organização que usava a Abin para fins alheios à sua função institucional.


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