Israel aprova lei para proibir transmissão da Al Jazeera

O Parlamento de Israel aprovou no dia 1º de novembro uma nova lei que permite ao governo proibir a transmissão no país do canal qatari Al Jazeera, bem como outros veículos de comunicação estrangeiros. O primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu, afirmou que a proibição será aplicada imediatamente, chamando a emissora de “terrorista”.

Com uma votação de 71 a favor e 10 contra, a nova legislação é polêmica e concede ao ministro das Comunicações o poder de proibir a transmissão de canais estrangeiros que possam representar uma ameaça à segurança nacional, permitindo também o fechamento de seus escritórios em Israel.

Essa decisão gerou preocupações entre organizações de defesa da liberdade de imprensa, como o Comitê para Proteção dos Jornalistas (CPJ), que considerou a medida uma “ameaça significativa” à liberdade de imprensa internacional.

Além disso, no mesmo dia em que a lei foi aprovada, um ataque aéreo contra a embaixada do Irã em Damasco, capital da Síria, resultou na morte de pelo menos cinco pessoas, incluindo um comandante da Guarda Revolucionária Iraniana. O Irã atribuiu o bombardeio a Israel, o que aumenta a tensão na região.

Israel já havia acusado jornalistas da Al Jazeera de serem “agentes terroristas” em incidentes anteriores, o que levanta preocupações sobre a liberdade de imprensa e o respeito aos jornalistas na região, especialmente em meio a conflitos armados.

Essa não é a primeira vez que Israel tenta restringir as atividades da Al Jazeera no país, demonstrando um histórico de tensões entre o governo israelense e a emissora.

O canal Al Jazeera, fundado em 1996 pelo emir do Qatar, tem sido um importante veículo de comunicação no Oriente Médio e atua como mediador em negociações entre diferentes atores da região, incluindo em momentos de conflito. A nova lei aprovada em Israel levanta questões sobre a liberdade de imprensa e a autonomia dos veículos estrangeiros no país.

Os Estados Unidos, principal aliado de Israel, manifestaram preocupação com a aprovação da lei e reiteraram seu apoio à liberdade de expressão e ao trabalho dos jornalistas ao redor do mundo.

É essencial que a liberdade de imprensa seja preservada e respeitada em todas as circunstâncias, garantindo que jornalistas possam realizar seu trabalho de forma segura e independente.