João Pedro Stedile e MST: 40 anos de luta pela reforma agrária e desafios para o futuro




Entrevista com João Pedro Stedile

Nos 40 anos de existência do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) neste mês de janeiro, a trajetória de João Pedro Stedile, 70, é inseparável da história do movimento. Em entrevista à Folha, Stedile reflete sobre a caminhada do MST e o seu papel como um dos coordenadores nacionais do grupo. Ele conta que não tem uma história individual e que sua vida se confunde com a história do movimento dos sem-terra.

O líder do MST também relembra o papel do movimento na articulação das lutas camponesas e os conflitos e acordos com os governos petistas, em especial com Lula. Ele critica as gestões petistas em relação ao número de famílias assentadas em 40 anos e reforça a importância dos assentamentos como bases autônomas e articuladas. Além disso, destaca a relevância da Teologia da Libertação e da visão marxista na formulação das estratégias e bandeiras do MST.

Stedile, filho de pequenos agricultores, nasceu em Lagoa Vermelha, no Rio Grande do Sul, e participou de invasões que marcaram o início do movimento. Ele destaca que a visão do MST evoluiu ao longo dos anos e ressalta a importância da organização da produção para o mercado, as escolas nos assentamentos e a defesa da agroecologia como grandes acertos do movimento. Além disso, ele destaca a necessidade do MST em manter a pressão constante nos governantes e enfatiza a importância da reforma agrária popular e do desenvolvimento agroecológico.

Em relação aos governos petistas, Stedile critica a morosidade na política de assentamentos e a compra de produtos da agricultura familiar. Ele ainda destaca a importância do engajamento da nova geração de jovens militantes do MST e enfatiza que a luta social continuará diante das dificuldades enfrentadas pelos sem-terra.


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