Jovens profissionais se mobilizam para educar sobre a diferença entre lobbying e tráfico de influência

Uma geração de jovens profissionais está se mobilizando para educar a opinião pública sobre a diferença entre lobbying e tráfico de influência. Entidades como a Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (Abrig) e o Instituto de Relações Governamentais (Irelgov) estão apoiando a formação e qualificação desses profissionais, oferecendo programas de pós-graduação e aperfeiçoamento nas áreas de Relações Governamentais. Cursos de especialização em Relações Governamentais também estão sendo oferecidos por instituições como a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e o Ibmec-DF. Além disso, estão sendo realizadas conferências para discutir o papel das Relações Governamentais na estratégia corporativa.

Esse novo movimento está criando um consenso favorável à criação de regras para regulamentar o lobbying, assim como já acontece em países democráticos avançados. No entanto, é importante ressaltar que mesmo nos Estados Unidos, onde essas regras são mais antigas, ainda existem casos de transgressões. O cientista político James Thurber e os pesquisadores do Center for Responsive Politics apontam que, apesar do volume total de gastos com lobbying não ter mudado significativamente nos últimos anos, o número de lobistas registrados diminuiu. Isso se deve ao fato de que muitos deixaram de se registrar, aproveitando brechas legais e a falta de fiscalização adequada. Além disso, existe a estimativa de que o número total de pessoas envolvidas com lobbying em Washington seja muito maior do que o registrado e que o total de gastos seja significativamente superior aos valores declarados.

É importante ressaltar que os empresários precisam mudar a forma como defendem seus interesses para que a sociedade os apoie e para se livrarem de velhos preconceitos em relação às relações empresa-governo. As empresas são responsáveis por gerar oportunidades de emprego e impulsionar a economia, além de contribuir para a educação, infraestrutura social e proteção ambiental. Elas também podem auxiliar o governo na criação de políticas e leis mais eficientes, graças à sua experiência e conhecimento do mercado.

Empresas que estabelecem uma relação saudável com o governo não buscando privilégios, mas sim por se tornarem referências na produção de políticas e regulamentos de qualidade. Elas são ouvidas pelo governo e convidadas a participar de debates de alto nível devido à sua ética e excelência técnica.

Em conclusão, as relações entre empresas e governo não são um conflito entre interesses públicos e privados. É a negociação entre esses interesses que permite alcançar o bem comum. No entanto, é essencial que essas relações sejam transparentes e regulamentadas para evitar abusos e garantir que os interesses da sociedade sejam protegidos.

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