Esse novo movimento está criando um consenso favorável à criação de regras para regulamentar o lobbying, assim como já acontece em países democráticos avançados. No entanto, é importante ressaltar que mesmo nos Estados Unidos, onde essas regras são mais antigas, ainda existem casos de transgressões. O cientista político James Thurber e os pesquisadores do Center for Responsive Politics apontam que, apesar do volume total de gastos com lobbying não ter mudado significativamente nos últimos anos, o número de lobistas registrados diminuiu. Isso se deve ao fato de que muitos deixaram de se registrar, aproveitando brechas legais e a falta de fiscalização adequada. Além disso, existe a estimativa de que o número total de pessoas envolvidas com lobbying em Washington seja muito maior do que o registrado e que o total de gastos seja significativamente superior aos valores declarados.
É importante ressaltar que os empresários precisam mudar a forma como defendem seus interesses para que a sociedade os apoie e para se livrarem de velhos preconceitos em relação às relações empresa-governo. As empresas são responsáveis por gerar oportunidades de emprego e impulsionar a economia, além de contribuir para a educação, infraestrutura social e proteção ambiental. Elas também podem auxiliar o governo na criação de políticas e leis mais eficientes, graças à sua experiência e conhecimento do mercado.
Empresas que estabelecem uma relação saudável com o governo não buscando privilégios, mas sim por se tornarem referências na produção de políticas e regulamentos de qualidade. Elas são ouvidas pelo governo e convidadas a participar de debates de alto nível devido à sua ética e excelência técnica.
Em conclusão, as relações entre empresas e governo não são um conflito entre interesses públicos e privados. É a negociação entre esses interesses que permite alcançar o bem comum. No entanto, é essencial que essas relações sejam transparentes e regulamentadas para evitar abusos e garantir que os interesses da sociedade sejam protegidos.