Juíza decreta prisões preventivas de cubanos acusados de homicídio contra galerista em caso que chocou o Rio de Janeiro.




Crime no Rio de Janeiro

Desenvolvimentos no Caso do Assassinato do Galerista Brent Sikkema

A juíza Tula Correa de Mello, da 3ª Vara Criminal do Rio, decretou a prisão preventiva dos cubanos Daniel Sikkema e Alejandro Triana Prevez por homicídio, anunciou a assessoria do Tribunal de Justiça neste sábado (10).

A juíza determinou também que o mandado de prisão de Daniel seja encaminhado à Difusão Vermelha da Interpol, via Polícia Federal, pois o acusado está no exterior. Daniel não foi encontrado pela reportagem, que tentou contato telefônico. A defesa de Prevez, preso no Rio, afirma que seu cliente cometeu o crime. Sua prisão foi alterada de temporária para preventiva.

Daniel é ex-marido do galerista americano Brent Sikkema, morto com 18 facadas em sua residência na zona sul do Rio de Janeiro em 14 de janeiro. Prevez foi preso quatro dias depois e, em um segundo depoimento, assumiu a autoria do crime. Ele está detido em um presídio na zona oeste do Rio.

Em depoimento com a presença dos advogados, no presídio, Prevez afirmou que Daniel foi o mandante do assassinato.

De acordo com a promotoria, Daniel teria contratado Prevez para assassinar Brent, prometendo pagar US$ 200 mil (cerca de R$ 1 milhão). Seguindo o plano, Prevez veio para o Brasil, seguindo as coordenadas oferecidas por Daniel e sendo auxiliado financeiramente por ele.

No relato à polícia, o cubano afirma que Brent reclamava de pouca pensão, gastos com drogas, festas e garotos de programa. Além disso, temia que um novo relacionamento de Brent prejudicasse a divisão dos bens. Daniel e Brent brigavam após o divórcio, e o galerista confidenciou a amigos que estava apaixonado novamente.

Brent Sikkema era coproprietário da galeria Sikkema Jenkins & Co, em Chelsea, Nova York, dono de uma fortuna e um dos nomes mais celebrados da cena artística mundial. Ele representava o artista Jeffrey Gibson, que representa os EUA na próxima Bienal de Veneza, em abril.

Detalhes do Crime, Segundo a Polícia

Alejandro Triana Prevez, de 30 anos, é cubano e foi preso por suspeita do assassinato de Brent Sikkema, a facadas, na madrugada de 14 de janeiro no Rio de Janeiro. A polícia afirma que ele saiu de São Paulo no dia anterior para cometer o crime e retornou ao estado logo depois.

Imagens do pedágio da rodovia Presidente Dutra auxiliaram a polícia a chegar ao paradeiro do suspeito. O veículo utilizado no crime, um Fiat Palio prata, ficou estacionado em frente ao sobrado usado pelo americano para passar férias no Rio.

As imagens da Dutra mostram o cubano passando pelo pedágio, na altura de Paracambi, às 13h20 de sábado, 13 de janeiro, vindo de São Paulo, com direção ao local do crime. Ele estacionou na rua da vítima às 16h53 do mesmo dia.

Às 22h42, o suspeito desceu do carro e seguiu em direção a um restaurante, retornando logo em seguida. O americano saiu de casa à noite e ficou cerca de uma hora e meia fora da residência, retornando sozinho. Nesse período, Prevez permaneceu no carro.

O suspeito saiu do carro novamente às 3h42 da madrugada de domingo, ficando dentro do veículo estacionado por cerca de 11 horas até entrar na casa da vítima.

A investigação afirmava que ele utilizou para entrar na residência uma chave micha, instrumento capaz de abrir fechaduras. Após ficar cerca de dez minutos no local, ele saiu da residência, entrou no carro e retornou para São Paulo.

Com o rastreamento da placa, a polícia localizou o endereço da proprietária do veículo e solicitou a cooperação da Polícia Civil de São Paulo. Os policiais civis de São Paulo foram até a residência da proprietária, na Chácara Monte Alegre, na capital paulista. Lá, encontraram o filho da dona do veículo que informou aos agentes que o carro estava sendo utilizado por Prevez.

O filho da proprietária afirmou que a mãe de Prevez era amiga da sua mãe e, por isso, ela emprestou o carro após ele dizer que precisava fazer entregas. O suspeito foi preso em Minas Gerais e pretendia, segundo a polícia, fugir para a Bolívia.


Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo