Justiça de SP impõe uso obrigatório de câmeras corporais e proíbe uso de cordas na detenção de suspeitos pela PM.

No último domingo, uma liminar expedida pela Justiça de São Paulo chocou a população e trouxe à tona a discussão sobre o uso de câmeras corporais por parte dos policiais militares e o vetou o uso de cordas para amarrar suspeitos.

A decisão, que veio após uma série de denúncias de abuso de autoridade e violência policial, determina que todos os policiais militares deverão utilizar câmeras de corpo em seus uniformes durante as ações de policiamento. A justificativa para tal medida é garantir a transparência e a segurança nas abordagens feitas pela polícia.

As câmeras corporais se tornaram uma tendência mundial nos últimos anos, sendo adotadas por muitos países como forma de monitorar e documentar as ações policiais. Com elas, é possível registrar em vídeo todo o ocorrido durante uma abordagem, o que reforça a transparência e ajuda na elucidação de eventuais abusos.

Além disso, a liminar também proíbe o uso de cordas para amarrar suspeitos durante as prisões. Tal prática tem sido alvo de inúmeras críticas por parte de ativistas de direitos humanos, que alegam que a utilização de cordas configura uma forma de tortura e trata o suspeito com crueldade.

A determinação da Justiça tem como objetivo garantir o respeito aos direitos humanos e evitar abusos cometidos pelos agentes de segurança durante as prisões. Segundo a liminar, os policiais deverão utilizar algemas adequadas em todas as ações que necessitem de restrição de movimentos dos suspeitos.

A medida, no entanto, tem dividido opiniões. Enquanto alguns defendem que ela é necessária para coibir abusos e garantir a segurança dos cidadãos, outros argumentam que ela pode limitar a atuação dos policiais, dificultando o trabalho e colocando em risco a vida dos agentes em situações de alto risco.

A Associação dos Policiais Militares do Estado de São Paulo (APMESP) anunciou que irá recorrer da decisão, alegando que o uso das câmeras corporais pode comprometer a privacidade dos policiais e que a utilização de cordas é necessária em certas situações devido à falta de recursos adequados.

A liminar da Justiça de São Paulo, porém, representa uma iniciativa importante para a garantia da dignidade dos suspeitos e a transparência nas abordagens policiais. Resta acompanhar como essa medida será executada e seus possíveis impactos no trabalho dos policiais e na segurança da população.

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