Justiça do Rio condena artesão por morte de cinegrafista em manifestação após julgamento de quase 12 horas.




Notícia sobre julgamento do artesão Caio Silva de Souza

A condenação do artesão Caio Silva de Souza e a absolvição do tatuador Fábio Raposo Barbosa

No julgamento ocorrido na madrugada desta quarta-feira (13), a Justiça do Rio de Janeiro condenou Caio Silva de Souza, um dos acusados pela morte do cinegrafista Santiago Andrade, a 12 anos de prisão em regime inicialmente fechado. Ele foi condenado por lesão corporal seguida de morte. O tatuador Fábio Raposo Barbosa, por outro lado, foi absolvido pelo Conselho de Sentença do 3º Tribunal do Júri do Rio. A juíza Tula Correa de Mello, que presidiu a sessão de julgamento que durou quase 12 horas, proferiu a sentença.

O caso remonta a fevereiro de 2014, quando Santiago Andrade, enquanto fazia a cobertura de uma manifestação na Central do Brasil para a TV Bandeirantes, foi atingido por um rojão na cabeça, resultando em sua morte. A série de protestos no Rio de Janeiro se estendeu de junho de 2013 a julho de 2014, o mês da final da Copa do Mundo.

Fábio e Caio foram denunciados por homicídio triplamente qualificado e pelo crime autônomo de explosão. No entanto, os jurados concluíram que não existiu a intenção de matar a vítima, o que levou à desclassificação do crime. A competência para julgar Caio, que foi quem acendeu o rojão, passou a ser da juíza, que condenou o artesão pelo crime de lesão corporal seguida de morte. O júri popular foi formado por cinco homens e duas mulheres.

Em seu depoimento, Fábio afirmou ser um frequente manifestante e protestar contra o governo. Ele alegou ter pego o rojão do chão por “curiosidade” e não ter visto o momento em que Caio acendeu o explosivo. Já Caio declarou sentir culpa pela morte de Santiago e afirmou que, se soubesse o que o rojão era capaz de causar, jamais o pegaria. Cinco testemunhas, sendo três de acusação e duas de defesa, prestaram depoimento durante o julgamento.

FolhaJus

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