Lista de autoridades espionadas pela Abin Paralela repercute no meio político em escândalo de monitoramento ilegal.

Montagem: Agência Brasil

Divulgada com exclusividade pela Band, a lista de novas autoridades que teriam sido espionadas pela “Abin paralela” repercute no meio político. Segundo fontes da investigação, entre os governadores à época da atuação da Agência Brasileira de Inteligência paralela, estava Camilo Santana, que governou o Ceará e é atual Ministro da Educação, e João Dória, de São Paulo. O ex-chefe do executivo paulista disse que é preciso aprofundar as investigações: “Arapongagem é crime, fere a Constituição Brasileira, fere o direito do cidadão, violenta a liberdade”. Alvos do monitoramento ilegal, de acordo com investigadores, senadores membros da CPI da Covid também reagiram. Entre eles, Humberto Costa, do PT de Pernambuco: “No caso dos parlamentares é um ataque direto às prerrogativas do trabalho parlamentar, numa tentativa clara de intimidação e de busca do impedimento na nossa atuação em defesa dos direitos maiores da população”, afirmou. “O Congresso Nacional e o Senado Federal tomarão providências para punir aqueles que querem ameaçar a democracia usando o aparelho de Estado lamentavelmente”, disse o senador Otto Alencar. Já Rogério Carvalho, do PT de Sergipe, ressaltou que denunciou, no Plenário do Senado, que estava sendo vítima de espionagem e cobrou punições para que fatos dessa natureza não se repitam. Segundo integrantes da investigação, ministros do governo do ex-presidente Bolsonaro também foram vítimas. Entre os nomes, estão os de Anderson Torres, da justiça, e Abraham Weintraub. “Não tenho medo do que eles possam encontrar, a minha essência vocês viram na reunião ministerial: uma pessoa revoltada com o mecanismo e com as coisas erradas da República”, disse o ex-ministro da Educação. Assim como o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, Flávia Arruda, que também esteve à frente da secretaria de governo, era alvo do “First Mile”, segundo a apuração. A ex-ministra disse, por meio de nota, que recebeu com surpresa e indignação a informação de que foi monitorada de forma ilegal e arbitrária. Segundo as investigações, o monitoramento ilegal era comandado por Alexandre Ramagem, delegado da PF e ex-diretor da Abin. Mas o vereador Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente, é citado como centro do núcleo político do esquema. Ambos negam envolvimento. A investigação ainda faz o cruzamento de dados para verificar todas as pessoas espionadas. A Polícia Federal informou que não há, até o momento, informações conclusivas referentes a todos os titulares e usuários das linhas telefônicas monitoradas e que as investigações seguem em sigilo, sem data prevista para encerramento.

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