Livrarias Saraiva demite restante de funcionários e operações podem ficar comprometidas

A rede de livrarias Saraiva realizou demissões em massa nesta quarta-feira (20), desligando o restante de seu corpo de funcionários. Cerca de 150 colaboradores foram dispensados, incluindo aqueles que trabalhavam nas áreas administrativas da sede da empresa e nas cinco lojas físicas ainda em funcionamento no país.

Essa notícia foi divulgada pelo site PublishNews e confirmada pela Folha. Procurada para comentar sobre o assunto, a Saraiva não se pronunciou oficialmente.

Com essas demissões, a continuidade das operações da empresa fica comprometida, com a possibilidade das unidades físicas e do site saraiva.com ficarem inoperantes já a partir desta quinta-feira (21), conforme informações de uma fonte próxima ao processo.

Atualmente, a Saraiva possui cinco lojas físicas, sendo quatro localizadas no estado de São Paulo e uma em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Na capital paulista, restam apenas duas unidades, uma no Shopping Aricanduva, na zona leste, e outra na Praça da Sé, no centro. Também há uma unidade em Santo André e outra em Jundiaí.

De acordo com o último balanço financeiro divulgado pela empresa, referente ao segundo trimestre deste ano, a receita líquida das lojas físicas no período foi de R$ 7,2 milhões, representando uma queda de 60,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já as vendas líquidas no site atingiram R$ 100 mil, uma redução de 78,6% em comparação com o segundo trimestre de 2022. Nesse intervalo de tempo, a companhia teve um prejuízo líquido de R$ 16,1 milhões.

Além disso, no início desta semana, dois membros do conselho renunciaram aos seus cargos, acusando a existência de uma falsa ata do Conselho de Administração assinada pelo presidente.

A Saraiva encontra-se em processo de recuperação judicial e enfrenta dificuldades diante do atual cenário econômico do varejo brasileiro. A empresa reconhece que sua atividade reduziu-se significativamente e atrasos em pagamentos, incluindo o de conselheiros, provavelmente resultarão em mais renúncias, como mencionado em comunicado divulgado na terça-feira (19).

A recuperação judicial da Saraiva teve início em novembro de 2018, quando a empresa acumulava uma dívida de aproximadamente R$ 675 milhões.

A situação financeira da Saraiva foi agravada pela pandemia, assim como ocorreu com a Livraria Cultura. Ambas enfrentaram quedas no faturamento e precisaram encerrar as atividades de diversas filiais.

Em abril de 2020, a Saraiva demitiu 500 funcionários após negociações com o Sindicato dos Comerciários de São Paulo.

No ano de 2021, o leilão realizado pela rede com o objetivo de vender parte de suas operações não atraiu nenhum comprador habilitado. Essa ação fazia parte do acordo de recuperação judicial da empresa, que já foi considerada a maior varejista de livros do Brasil.

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